[18] Ficando de Vela

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Os raios solares atravessaram as gretas da janela do quarto de Analu e de Malu, deixando uma iluminação acinzentada. Ambas estavam dormindo pesadamente em suas camas após uma longa noite de festa.

O celular de Analu marcou nove e vinte da manhã e instantes depois, começou a tocar e a vibrar, quebrando o silêncio do quarto.

Malu se mexeu na cama enquanto Analu continuava dura como uma pedra na cama.

- ... Merda... - Malu abriu os olhos lentamente e identificou o celular barulhento na mesinha ao lado da cama de sua colega de quarto. - Analu, desliga isso!

A outra começou a acordar, virando-se para o lado do aparelho.

- ... Quem tá me ligando uma hora dessas?! - resmungou com a voz rouca, pegando o telefone. O nome de Noah apareceu na tela.

- Desliga logo isso! - Malu quase berrou.

- Ai, tá bom. Calma - ela deslizou o dedo na tela para atender a chamada. - O que você quer me ligando uma hora dessas, Noah?!

- Bom dia, flor do dia! - A voz de Noah soou animadíssima do outro lado da linha. - Já tomou um café reforçado?

- Vai te catar! - Analu suspirou. - O que você quer? Eu preciso dormir!

- Deixa para dormir depois. Vou passar aí para gente ir juntos na aula de boxe.

- Quê?! - A garota guinchou no outro lado da linha.

- Isso mesmo. Se arrume, pois vou chegar aí em dez minutos.

- Tá de brincadeira! Quem vai lutar boxe em pleno domingo de madrugada?!

- Eu - Noah respondeu, ainda com o ânimo na voz. - Te vejo daqui a pouco. Tchau! - ele desligou a chamada, mal dando tempo de Analu protestar.


Quinze minutos mais tarde, Noah encontrou uma Analu emburrada, sonolenta e de resseca ao lado de fora da república.

- Credo - Noah olhou a amiga de cima a baixo. - Você nem se deu ao trabalho de trocar de roupa?

Analu deu de ombros. Ela estava de pijama de unicórnios e de chinelos.

- Você vai me pagar um café da manhã com direito a um sonho e pão de queijo - exigiu ela.

- Claro... - Noah fitou sua amiga, a analisando. - O Nic vai pensar que você é uma mendiga que eu achei por aí. Poderia ter colocado uma calça decente, pelo menos.

Analu revirou os olhos, demonstrando que não estava nem aí para o que ele disse.

- Eu gosto do meu pijama - ela disse, arregaçando as mangas do seu pijama para cima. - E esse é o preço que você vai ter que pagar por me tirar da cama.

- Tudo bem, sua vaca - Noah a puxou pelo braço. - Vamos logo. Não quero deixar o boy esperando.

Muitos minutos depois, Nicolas e Noah fizeram uma pausa na aula e se aproximaram de uns dos bancos onde Analu estava deitada. A academia estava vazia, com exceção dos três e então, Analu decidiu fazer uma espécie de cama para se deitar, acomodando a cabeça no casaco de Noah.

Seu amigo lançou um olhar nada aprovador na garota e voltou a olhar para Nicolas com um sorriso amarelo.

- Sua amiga parece cansada - Nicolas constatou e levou a garrafa de água a boca. Noah não tirou os olhos da boca do rapaz, imaginando coisas insanas a respeito dos lábios levemente rosados do cara.

Anseios (PAUSADO TEMPORARIAMENTE) Onde histórias criam vida. Descubra agora