Capítulo VI • Suposições

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Sinto minhas pernas bambearem assim que toco o chão, meus braços estão com uma linha vermelha por conta das cordas que os amarravam. Tiro a mordaça da minha boca, que esta seca por conta da falta de saliva.

Sinto o ódio percorrer as minhas veias e vou em direção a Hannah que ainda está em cima da mesa. Ela me encara e um olhar preocupado atinge o seu rosto. A festa toda esta em silêncio, mas a música ainda toca. Tem uma maldita trilha sonora em minha vida.

Assim que estou próxima da megera, puxo seu corpo pela blusa colada que ela usa, e ela cai de joelhos no chão.

- SUA CACHORRA MAS QUE PORRA...

Meto um tapa na sua cara que faz seu corpo se chocar no chão. Seu cabelo tampa o seu rosto, mas isso não é o suficiente para saciar o ódio que percorre cada centímetro meu. Vou em direção ao seu corpo caído, e meto um soco no seu rosto perfeitamente maquiado.

Mesmo com a música alta, é possível ouvir o barulho de seus ossos se quebrando, e eu sei que quebrei o nariz de Hannah. Um sorriso surge em meus lábios, e no segundo seguinte sangue começa a jorrar de suas narinas.

Minha mão dói, mas sei que pela manhã a dor estará maior por conta da adrenalina que percorre as minhas veias.

- Eu juro para você que a próxima vez que ver esses seus cabelos ruivos na minha frente, o seu nariz será uma das diversas coisas que eu irei quebrar. Eu sou Dominika Brandão Tranum, e ninguém mexe comigo, porra! - Cuspo na sua cara e saio de cima do seu corpo.

Vou em direção a Rebecca que ainda se encontra em cima da mesa, ela dá um passo para trás assim que fico próxima a ela.

- Eu sinto muito que você seja capacho da ruivinha ali, mas essa é a lei da vida, você sempre será a sombra dela, e eu só sinto pena de você por isso. E não se esqueça... - Chuto a mesa, fazendo ela se desequilibrar e cair no chão. - Karma is a bitch.

Começo a andar em direção a saída, sentindo as lágrimas em meus olhos. Assim que saio de toda a bagunça que me rodeia, libero todo o escudo que me envolvia e sento na guia da calçada. As lágrimas começam a apostar corrida uma com as outras e sei que estou soluçando e chorando copiosamente.

Sinto braços me envolverem, e de alguma forma, sei que é ele. Ele coloca a sua jaqueta em meus ombros, tentando me proteger do frio, por eu estar semi-nua, mas até então, eu nem havia percebido que estava frio e que não possuía roupa nenhuma em meu corpo. Jonathan volta a colocar seus braços ao redor dos meus ombros. Me abraçando carinhosamente.

- Obrigada. - Digo entre os soluços. - Obrigada por me salvar daquele homem.

- Tudo bem. - Jonathan diz, me abraçando. - Um homem de verdade faria aquilo.

- Você se vangloria até nessas situações. - O repreendo, abrindo um pequeno sorriso.

Ficamos naquela posição por alguns minutos, apenas tentando entender tudo que aconteceu naquela noite.

- Ela fez isso por conta do que aconteceu no quarto, né? - Ele pergunta, quebrando o silêncio que nos envolvia. - Hannah me mandou uma mensagem pedindo para eu vir nessa festa, ela disse que haveria uma surpresa e que eu iriar amar o que ela tinha preparado para mim.

Encaro o asfalto e tento entender porque as pessoas sempre acham que a maldade é a solução para tudo. Jonathan entende o meu silêncio como um sim para a sua pergunta, e intensifica o nosso abraço.

- Me desculpe. - Ele finalmente fala. - Eu tenho mania de machucar as pessoas.

Sorrio, mas sei que ele não consegue ver por conta da escuridão.

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