Sinto minhas pernas bambearem assim que toco o chão, meus braços estão com uma linha vermelha por conta das cordas que os amarravam. Tiro a mordaça da minha boca, que esta seca por conta da falta de saliva.
Sinto o ódio percorrer as minhas veias e vou em direção a Hannah que ainda está em cima da mesa. Ela me encara e um olhar preocupado atinge o seu rosto. A festa toda esta em silêncio, mas a música ainda toca. Tem uma maldita trilha sonora em minha vida.
Assim que estou próxima da megera, puxo seu corpo pela blusa colada que ela usa, e ela cai de joelhos no chão.
- SUA CACHORRA MAS QUE PORRA...
Meto um tapa na sua cara que faz seu corpo se chocar no chão. Seu cabelo tampa o seu rosto, mas isso não é o suficiente para saciar o ódio que percorre cada centímetro meu. Vou em direção ao seu corpo caído, e meto um soco no seu rosto perfeitamente maquiado.
Mesmo com a música alta, é possível ouvir o barulho de seus ossos se quebrando, e eu sei que quebrei o nariz de Hannah. Um sorriso surge em meus lábios, e no segundo seguinte sangue começa a jorrar de suas narinas.
Minha mão dói, mas sei que pela manhã a dor estará maior por conta da adrenalina que percorre as minhas veias.
- Eu juro para você que a próxima vez que ver esses seus cabelos ruivos na minha frente, o seu nariz será uma das diversas coisas que eu irei quebrar. Eu sou Dominika Brandão Tranum, e ninguém mexe comigo, porra! - Cuspo na sua cara e saio de cima do seu corpo.
Vou em direção a Rebecca que ainda se encontra em cima da mesa, ela dá um passo para trás assim que fico próxima a ela.
- Eu sinto muito que você seja capacho da ruivinha ali, mas essa é a lei da vida, você sempre será a sombra dela, e eu só sinto pena de você por isso. E não se esqueça... - Chuto a mesa, fazendo ela se desequilibrar e cair no chão. - Karma is a bitch.
Começo a andar em direção a saída, sentindo as lágrimas em meus olhos. Assim que saio de toda a bagunça que me rodeia, libero todo o escudo que me envolvia e sento na guia da calçada. As lágrimas começam a apostar corrida uma com as outras e sei que estou soluçando e chorando copiosamente.
Sinto braços me envolverem, e de alguma forma, sei que é ele. Ele coloca a sua jaqueta em meus ombros, tentando me proteger do frio, por eu estar semi-nua, mas até então, eu nem havia percebido que estava frio e que não possuía roupa nenhuma em meu corpo. Jonathan volta a colocar seus braços ao redor dos meus ombros. Me abraçando carinhosamente.
- Obrigada. - Digo entre os soluços. - Obrigada por me salvar daquele homem.
- Tudo bem. - Jonathan diz, me abraçando. - Um homem de verdade faria aquilo.
- Você se vangloria até nessas situações. - O repreendo, abrindo um pequeno sorriso.
Ficamos naquela posição por alguns minutos, apenas tentando entender tudo que aconteceu naquela noite.
- Ela fez isso por conta do que aconteceu no quarto, né? - Ele pergunta, quebrando o silêncio que nos envolvia. - Hannah me mandou uma mensagem pedindo para eu vir nessa festa, ela disse que haveria uma surpresa e que eu iriar amar o que ela tinha preparado para mim.
Encaro o asfalto e tento entender porque as pessoas sempre acham que a maldade é a solução para tudo. Jonathan entende o meu silêncio como um sim para a sua pergunta, e intensifica o nosso abraço.
- Me desculpe. - Ele finalmente fala. - Eu tenho mania de machucar as pessoas.
Sorrio, mas sei que ele não consegue ver por conta da escuridão.
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Fênix.
RomanceTodo mundo possui segredos. Há segredos que podem nos mudar, há segredos que podem nos destruir, e nos transformar em cinzas. Para sempre. Só resta a nós decidirmos se queremos ressurgir dessas cinzas ou vivermos na escuridão para sempre.