Capítulo IX • Segredos

3 0 0
                                    

Alguns anos atrás...

Eu amava Carlos Eduardo mais do que a mim mesma. Ele me fazia feliz de tantas formas diferentes, que era impossível ficar triste por muito tempo quando ele estava ao meu lado.

A nossa história havia começado como se fosse a abertura de um filme da Disney. A garota desajeitada com seus cadernos nos braços, e o garoto popular jogador de futebol que se esbarraram nos corredores da faculdade e se apaixonaram.

Namoramos por 5 anos, até terminarmos nossos cursos na faculdade, até que ele me pediu em casamento no píer de uma praia em Fortaleza, em uma de nossas viagens juntos.

Para quem visse de fora, era um verdadeiro contos de fadas, e sinceramente, para mim também era. Era um conto de fadas tão bem escrito que possuía até um vilão: seu irmão.

Pedro Albuquerque era a pessoa mais odiosa que eu poderia conhecer no mundo, e era totalmente o oposto de Carlos Eduardo. Para começar, ele odiava usar o sobrenome de seu pai, por achar que ele amava mais o irmão e negava ser seu pai. Esse sentimento acabou se transformando em inveja, e Pedro desejava ter tudo o que o irmão tinha. A empresa de cosméticos, a casa, o carro... E inclusive eu. Todos ao nosso redor sabiam que Pedro era completamente apaixonado por mim, inclusive a sua esposa, mas Anastácia era tão apaixonada pelo marido, que resolvia ignorar e não se importava com os comentários. Eu só queria entender como ela conseguia amar um monstro como ele.

Pedro e Anastácia possuíam um filho, eu o tinha apelidado de Ghost, por conseguir se esconder muito bem em qualquer lugar, e nunca conseguir ser encontrado.

Ghost passava a maior parte do tempo em minha casa. Sua mãe ficava grande parte do dia trabalhando, o garoto poderia ficar com Pedro, que era desempregado. Entretanto, Ghost morria de medo do pai e tinha pavor de ficar sozinho na mesma casa que ele, então eu cuidava do garoto enquanto sua mãe trabalhava.

- Ghost! - O chamo, já cansada de procurá-lo por toda a casa.

Ghost era um mestre do esconde-esconde, e adorava brincar o dia inteiro.

Ouço seus passos pela escada e sorrio quando ele aparece em minha frente.

- Ok. Você ganhou. - Digo. - Como toda às vezes.

- Ah tia, Madal! - Ele faz biquinho, fingindo estar emburrado. - Você nunca me acha!

Reviro os olhos.

- Como se isso fizesse você desistir de se esconder, né Ghost?

Ele abre um sorriso sapeca no rosto. Independente de quem era seu pai, eu amava aquele garoto.

- Muito bem. O que acha de fazermos cookies?

Seu sorriso aumenta mais ainda.

- EU AMO COOKIES! - Ele grita, histericamente.

A companhia toca, e vou ver quem é. Coloco o olho no olho-mágico e meus pelos se arrepiam.

- Muito bem, Ghost! - Digo. - O que você acha de brincarmos mais uma vez de esconde-esconde? Eu prometo que fazemos cookies depois, ok?

Fênix.Onde histórias criam vida. Descubra agora