You can call me

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Notas da História:

♦ Os personagens principais pertencem a J.K. Rowling, apenas peguei eles emprestado por uns minutinhos para escrever essa história (o que eu acho justo, já que eles moram na minha cabeça e vivem me infernizando, de todo modo);

♦ UNIVERSO ALTERNATIVO;

♦ WOLFSTAR como ship principal;

♦ JILY mencionado como ship secundário;

♦ Essa fanfic não tem nenhum fim lucrativo.

♦ Essa fanfic traz personagens e inúmeros temas LGBT+.

♦ Música que começou tudo isso: Temporary Fix - One Direction

♦ Miller e Cecília, essa é pra vocês!

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You can call me

Três horas depois daquela conversa, Remus ainda se surpreendia ao se lembrar da facilidade com que aquelas palavras tinham escapado de sua boca na primeira oportunidade que seu cérebro - um tanto quanto desinibido pelos efeitos do álcool - tinha encontrado para verbaliza-las.

É claro que ele já havia pensado naquela possibilidade. Muito mais do que seria considerado saudável, para ser sincero.

É claro que às vezes ele sonhava com a ideia. Literalmente. Acontecia pelo menos uma vez por semana e Remus ficava sempre tão embaraçado com toda a situação que mal conseguia olhar no rosto dele no dia seguinte.

É claro que ele se perguntava constantemente se não estava misturando as coisas. Se não estava tão desesperado para enxergar algum sinal que acabava lendo demais nas entrelinhas, quando na verdade não havia nada subentendido.

E é por isso que, mesmo depois de tanto tempo, ele ainda achava surreal o fato de que ele tinha sido a pessoa a fazer a oferta.

As palavras deslizaram até o outro lado da mesa redonda com uma suavidade quase assustadora, sendo levemente abafadas pelo barulho de outras conversas no pub e da televisão que transmitia algum jogo de futebol. O tom que ele tinha usado era estável e ameno. Um tantinho quanto descontraído, na verdade. Ele abriu um pequeno sorriso relaxado no segundo em que terminou de falar, como se estivesse tudo sob controle. Como se aquelas palavras não fossem grande coisa. Só que, de certa maneira, eram.

Remus estava extremamente grato pelo efeito das cinco cervejas amanteigadas na sua corrente sanguínea. Bêbado o suficiente para que se sentisse corajoso e inabalável, sóbrio o suficiente para ser levado a sério.

"Talvez você não deveria ter falado"

"Talvez ele não tenha ouvido você, está muito barulhento aqui"

"Talvez ele esteja pensando em uma resposta sarcástica"

"Talvez ele se afaste sem dizer nada e - Não! Ele não faria isso"

A sua mente distorcida e autodepreciativa levou menos de dois segundos para criar todos aqueles cenários hipotéticos desastrosos. Remus engoliu em seco.

Sirius, que estava deitado preguiçosamente sobre os braços cruzados em cima da mesa, usou aqueles dois segundos de maneira muito mais produtiva para erguer-se em um cotovelo e apoiar a cabeça na palma de sua mão. Seu cabelo comprido estava parcialmente preso em um coque, de modo que alguns fios pretos ainda caiam pela curva de seu pescoço e em frente aos olhos cinzentos. Sirius os soprou para longe com descaso, antes de voltar seu olhar para Remus e arquear uma sobrancelha negra em um sinal de divertimento. Ou surpresa. Ou sarcasmo. Remus não sabia dizer exatamente qual.

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