Acordei ao ouvir a grave voz do meu pai ecoando no corredor do segundo andar de nossa casa, argh!.
Levantei-me rapidamente e fui checar o que de fato estava acontecendo, afinal, não é normal uma pessoa sair gritando por aí.
Assim que cheguei na cozinha, deparei-me com a mãe do Théo bem nervosa junto com a minha mãe. O que houve aqui?! Disse com um tom curioso, mas com um certo receio de ser algo grave à ponto das duas se encontrarem.
Sentei-me naquela cadeira de madeira que estava fria, com medo do que pudesse ser, exclamei:- Gente, que climão pesado é este?!
A minha mãe com aquele olhar que estava nítido que se tratara de algo sério e disse:
- O Théo.. ele se descobriu bissexu..
Antes dela terminar, o meu pai interrompeu a conversa e disse:
- Saiu do armário! Imagino o desgosto desse pai.
A minha mãe revirou os olhos ao ouvir tamanha homofobia e continuou:
- O Théo se descobriu bissexual, filha, bateram nele. Ele está internado com graves ferimentos e disse que precisa falar contigo.
Eu estava sem chão e não entendia o motivo de tanta maldade, qual é o problema em amar? PUTA HIPOCRISIA, PARA MENORES DE IDADE. DIGO, PURA HIPOCRISIA.
Levantei-me da cadeira, indo ao meu quarto, tomei uma ducha fria, escovei os dentes, vesti uma blusa branca, acompanhada de uma jaqueta de couro, vesti uma calça jeans e coloquei um tênis. Tudo na medida do possível, afinal, não estava bem para lidar com tudo aquilo.
Peguei uma carona com o meu pai e ele me deixou no hospital, injuriado por eu ser amiga de alguém do "vale LGBTQ+", mas não ligo, a minha amizade com o Théo é verdadeira.
Assim que cheguei ao hospital, fiz um check in e entrei no quarto, lá estava o Théo como uma louça quebrada, despedaçado emocionalmente e com alguns ferimentos tanto no rosto, quanto no corpo.
Aproximei-me do Théo, sentei-me em sua maca, com os olhos marejados disse:- Só me diga uma coisa, quem foi que fez isso com você?
Ele ainda tinha uma certa dificuldade para falar, mas tentou dizer em plena tensão e medo:
- Eu não posso falar.. eles disseram que caso eu conte irei apanhar mais.
Já tinha quase certeza de que tinham sido os townies, mas não poderia tomar decisões precipitadas.
- Mas quem deu essa ideia idiota?
- Foi um garoto novo na escola, não me lembro de seu nome, acho que era Cássio.
- Cássio? Acho que é Cazzio!
Não acredito que aquele cara fez aquilo com o meu amigo! Mas que ele se prepare, pois irei vingar.. calma.. eu não mato nem barata.
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Com amor, Fernanda. EM PAUSA
Teen FictionPrazer, me chamo Fernanda. As coisas por aqui não andam muito bem, não sei se são as consequências das minhas atitudes ou se é apenas o universo conspirando contra mim.. Sou sábia, mas eles não entendem o meu sofrimento. *DEIXEM UMA ESTRELINHA, AS...