Capítulo XI • Abajur

2 0 0
                                    

Pandora

Eu odiava viver sob a sombra de meu irmão. Odiava ter seus olhos sob mim o tempo todo, analisando cada movimento que eu fazia, analisando cada pensamento meu, analisando cada detalhe de minha vida. Odiava ter que ser sua protegida.

Mas algo que Jonathan não sabia, é que todo mundo possui segredos. Eu sabia que ele possuía segredos, mas o que ele não desconfiava, era que eu também possuía. Ele me deixou sozinha com meu pai por 3 meses, eu floresci durante 3 meses longe dele, em 90 dias com Jonathan fora da minha vida, coisas que me mudaram para sempre aconteceram, porém são coisas que ele nunca saberá.

Eu amava meu pai, eu fiquei no Rio de Janeiro por conta desse amor. Eu sabia que Jonathan odiava ele com todas as suas forças, e foi um dos principais motivos de ele ter se mudado para São Paulo, mas eu não sabia o motivo desse ódio todo. Eu havia insistido para saber de onde ele vinha, mas meu irmão nunca se abriu para mim.

A forma como ele olhava para o meu pai era assustadora, eu conseguia perceber cada partícula de seu corpo se segurando para não matá-lo. Até que um dia, cada partícula do meu corpo quis matar meu pai também, eu vi o monstro que Jonathan via, eu percebi que o sangue que percorria as minhas veias, pertencia ao pior ser humano do mundo: meu pai.

Depois que ele morreu e eu tive que me mudar para São Paulo, as coisas começaram a mudar. Eu sabia que Jonathan usava uma máscara para esconder a sua dor, mas o que ele não percebia, era que eu também usava uma para esconder a minha. Eu me transformei em uma garota que ria de tudo e sempre estava com um sorriso no rosto para inibir as pessoas de verem os demônios que habitavam a minha alma.

Até que eu a conheci. Dominika foi como se um espelho estivesse em minha frente. Ela não fingia ser uma pessoa diferente, mas quando eu soube de sua história, eu quis entrar em seu mundo e dar suporte. Suporte o qual eu nunca tive em minha vida quando eu precisava.

Mas como sempre, Jonathan havia estragado tudo.

Mas ele não me conhecia, eu sabia que estava acontecendo alguma coisa entre Jonathan e Dominika. Eu percebia os olhares, os sorrisos, e até mesmo a forma como o ar mudava quando eles estavam juntos. Porém, enquanto os dois estavam foram fazendo coisas que eu não gostaria nem de imaginar, eu havia me apaixonado. Eu havia finalmente encontrado o famoso amor dos livros de romance. Aquele amor que nos faz esquecer de todos os problemas, aquele amor que nos faz ficarmos deitados na cama criando expectativas sobre o dia de amanhã, aquele amor que nos faz sentirmos vivos. Eu havia me apaixonado.

- O que você está pensando, meu bem? - Ele dá um pequeno beijo na curva do meu pescoço com meu ombro. - Você fica linda pensando, Pandora.

Dou um sorriso envergonhado. Ele sabia o que causava em mim.

- No meu irmão e em como ele ferra tudo. - Respondo, encarando seus olhos escuros expressivos.

- Você não pode culpar ele por tudo. Você sabe o quão ferrado Jonathan é! - Ele o defende.

Reviro os olhos.

- Isso não dá o direito dele ferrar com a vida das outras pessoas. - Retruco. - E pare de defendê-lo... Parece até que você está apaixonado por ele!

Sinto os seus lábios pressionarem os meus, e correntes quentes percorrerem todo o meu corpo. Suas mãos puxam o meu corpo para o seu colo, e logo em seguida apertam a minha bunda, me fazendo gemer. Ele libera os meus lábios e começa a chupar o meu pescoço. Sei que terei que esconder as marcas de meu irmão.

- Será que isso te convence que estou perdidamente apaixonado por você, ragazza? - Ele pergunta, quando nos separamos.

Concordo com a cabeça, perdida em toda a sua dimensão.

Fênix.Onde histórias criam vida. Descubra agora