Era Apenas Uma Viagem

Capítulo 28

Demorou mais do que eu imaginei limpar a cozinha com Pietro, onde ele ia limpar ficava mais sujo que tudo, — me parece que ele fazia de propósito. — então eu mandei ele sair, para poder limpar a cozinha em paz. Porque não tem nada mais ruim que uma pessoa fazer algo de má vontade, sempre acaba dando errado.

Foi bem difícil lavar meu cabelo para tirar o chocolate que virou uma nojeira. Mas eu consegui. E fiz uma finalização bem foda em meu cabelo; o que demorou mas valeu a pena. E me ajudou a perceber que meu cabelo está precisando de uma nova tintura, mas dessa vez não vou pintar azul e rosa de novo, vou pintar de outra cor... Estou pensando em pintá-lo de castanho e depois fazer umas mechas coloridas na parte de baixo, sei lá. Só sei que quero uma coisa que não me dê tanto trabalho quanto a cor de agora me dá.

     ***

Nós nos sentamos no sofá, após ligarmos a televisão.

— Quero ver se está bom... — murmuro, levando a boca um pedaço do bolo.

— E aí? Tá bom pra caralho? — sorri fazendo careta.

— É... Tá bom. — falei ainda no mesmo tom. Pietro sorri. — Mas já comi melhores. E o primeiro bolo que eu fiz, olha, não sou de me gabar mas ficou ma-ra-vi-lho!

— Confesse, está bom pra caralho! — se gabou, levando um pedaço a boca. Revirei os olhos, comendo mais um pouco.

— Oh master chef, se esse já está assim... Mais pra lá, do que pra cá... imagine o primeiro!

— Horrível. — confessa.

— Hum... Imaginei. — peguei o controle da TV, passando os canais até achar um que estava passando um filme qualquer.

— Depois de amanhã, é seu aniversário. — me virei para ele. — Ansioso?

— Óbvio! Irei fazer 18 anos, poderei fazer o que quiser e quando quiser. — fala animado. Coitado, eu pelo menos matenho os pés no chão.

— Ou quase tudo, né Pietro. — sorri irônica. — E também terá a faculdade, um possível trabalho... Sair debaixo da saia da mãe!

— Não posso ser feliz nem por alguns segundos? — revirou os olhos. — Eu não pretendo me mudar daqui.

— Você não é feliz comigo? — ergui as sobrancelhas. — E eu estou sendo irônica, antes que o dono da razão fale alguma coisa.

— Você entendeu, Letícia. — falou enquanto mastigava.

— Não entendi nada. — mordi meu lábio inferior.

— No meu aniversário a gente poderia ir a uma festa que vai rolar aqui perto...

— Tanto faz. — dou de ombros.

— Mais ânimo, Letícia! — empurra meu ombro.

—- Estou animada, não vê? — revirei os olhos.

— Sei bem o que poderia te animar... - diz colocando o prato em cima da mesa de centro.

Sinto seus lábios em meu pescoço, fazendo eu me arrepiar. Puxei sua cabeça, segurando pelos cabelos, assim afastando de meu pescoço. Pietro segurou meu queixo, esboçando um sorriso.

— Amo você. — ao ouvi-lo dizer essas três belas palavrinhas meu coração disparou e um sorriso involuntário nasceu em meus lábios. E pôde sentir meu rosto queimar.

— Eu amo você. — repito fazendo com o que meu coração bata em um ritmo mais acelerado.

Pietro aproxima nossos rostos, fiquei encarando seus belos olhos verdes por alguns segundos antes de descer por sua boca, nossos lábios se roçaram e sem pensar muito o beijei.