votem e comentem ❤️
KC - 03
Fiquei andando de um lado ao outro. Depois do acontecimento estranho, a princesa me mostrou o quarto – que era cônjuge do seu – e o restante da casa com o clima tenso. Minhas mãos suavam tanto, e minha cabeça faltava explodir de pensar tanto. Nunca havia acontecido isso comigo. Meu coração não se comportava da forma mais adequada naquele momento. Sempre disparando com um olhar sereno da princesa. Um toque de mãos, um simples sorriso. Tudo! Tudo se resumia a princesa.
Ela sabia da minha história, não? Como poderia me contratar como sua camareira? Era muito errado, era insano. Era injusto! Era... Terrível!
Me joguei na cama, tentando afastar os pensamentos pessimistas. Não era certo para uma dama. Teria que me portar com uma. Pelo menos até os mexericos acabarem, todos esquecerem dos acontecimentos. E para isso, teria que fazer algo ruim para mim. Ruim para meu corpo e mente.
Fechei meus olhos, querendo que aquela maldição acabasse, tivesse um fim de imediato. Eu poderia por um fim naquilo. Ninguém nunca iria saber, e eu não teria que fazer o sacrifício petulante, ridículo! Desonrado. Meu único desejo, era que nada disto estivesse acontecido. Eu me sinto tão vulnerável, fraca, sozinha, deslocada. Gostaria de poder contar com alguém, que me entenda! Que saiba o que estou passando nesse momento sufocante.
Olhei para janela, na qual a lua cheia já surgia no meio do pôr-do-sol. Sentei, abraçando meus joelhos e pedindo solentemente que minha mãe estivesse ao meu lado. Ela, sim, saberia dar conselhos úteis, encorajadores! Eu precisava apenas dela.
Duas batidas na porta me tirou do transe. Sequei as lágrimas intrusas e fui abrir. Meu pai estava parado, com um sorriso fraco no rosto, mas os olhos muito preocupados. Sem muito esperar, seu forte braços me abraçaram calorosamente. Deixei que as lágrimas caísse em seu ombro, enquanto o abraçava forte inalando seu cheiro. Meu pai me entendia, e não me condenava.
— Yeri! Minha filha. – chamou-me pelo meu apelido. Eu detestava tanto aquele nome.
— Pai... – murmurei, emburrada.
— Oh, minha filha. – olhou-me e beijou o topo da minha cabeça. – Você está bem? Fez uma boa viagem? A princesa gostou de você?
Olhei para ele, brincando com sua armadura. Ri fraco. Meu pai era o melhor pai do mundo. Se me perguntasse se eu o trocaria por qualquer valor nesse mundo, eu negaria de imediato. Não saberia viver sem ele. Ele era minha âncora. Minha sobrevivência. E suas preocupações, era a minha certeza que ele me amava, do jeitinho (errado) que era.
— Fiz uma ótima viagem. A princesa é tão gentil comigo, pai. Acho que ela tenha gostado de mim. – puxei ele para sentar na cama. – Agora a fofoca da vila, não tenho certeza se amenizou. Com certeza deve ter se extendido.
Fixei meu olhar no anel de casado do meu pai, girando-o de um lado a outro. A tristeza aos poucos tomando conta de mim. Sempre era difícil dizer algo relacionado a isso com meu pai, ou qualquer outra pessoa.
— As pessoas gostam de fofocar. É o maior passa tempo de cada um – acariciou minha cabeça. Ele sabia que não era isso. Mas para minha alegria, ele mentia – eles não lhe conhece o suficiente. Se conhecessem tu, saberiam que você é uma garota extremamente simpática, empática, gentil, feliz, devota e verdadeira amiga.
Sorriu alargamente. Retribuí fraco.
— Ah, pai. O senhor sempre mentindo para não cometer uma loucura – puxei seu bigode de leve. – mas tanto o senhor, quanto os outros, sabem que sou uma depravada, que merece a forca pelo que fiz. A justiça precisa ser feita, pai! E se não for feita precisa omitir com um casamento falso, sem amor, sem atração!
— Yerim... Quando eu disse aquilo foi da boca pra fora. Você não precisa, necessariamente, se casar falsamente para não ser enforcada. Vamos dar um jeito.
— Quando a guarda me achar... – digo, pra mim mesma.
— Tenho que ir. Vá comer alguma coisa. E fiquei sempre atenta com que a princesa precisar. – levantou, beijando minha testa. – Te amo, minha filha. Nunca se esqueça disso.
O vi partir do quarto. E uma parte de mim foi junto a ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
FanfictionSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...