Flutua

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Eles não vão vencer, Baby. Nada há de ser em vão. - Johnny Hooker 

...

Seu pai a obervava enquanto entrava no carro e partia para São Paulo. Ele sabia que era algo importante, porque Carol nunca havia pedido dinheiro à ele, Carol nunca tinha feito tanta coisa. Seu pai esperava que ela soubesse o que estava fazendo e ela sabia.

Já no avião Carol sabia que teria que tomar uma decisão em sua vida. Era hora de crescer, deixar de ser a princesa do papai e trabalhar em dobro, caso eles não a aceitassem. Carol ganhou coragem quando a mensagem de Mari chegou em seu celular e ela soube que se acontecesse algo com a Day, ela não se perdoaria por tamanha covardia.

Se arrepender das coisas que se faz, já diziam os muros por aí. Carol voltava para seu lar, que não é um lugar físico, que não é nem um lugar, é estar. E ela estava apaixonada e aguentaria as consequências, mas não poderia suportar não viver sua própria vida, suas próprias escolhas. Sem promessas, sem pra sempre, mas com um gosto de liberdade.
Quem poderia lhe dizer como amar, se não ela que sentia o amor?

"Ei...

... Ei"

Carol ouviu alguém chamar do banco ao lado. E olhou para ver quem era. Uma garota de no máximo quinze anos a chamava. Percebendo que Carol olhara, saiu do seu lugar e sentou-se ao seu lado. Carol sorriu para a garota, sem entender. Ela tinha um papel e uma caneta nas mãos.

"Eu sei que é meio brega e que não se dá mais autógrafos hoje em dia, tiram-se selfies. Mas você poderia me dar seu autógrafo?" - disse a menina

Carol gentilmente respondeu:

"Melhor mesmo um autógrafo, uma selfie agora seria uma foto horrível no seu celular". - Carol

Elas riram enquanto Carol assinava o papel. A menina ousou ainda dizer, antes de partir sorridente com a sua assinatura:

"Você bem que poderia namorar a Day, né? São lindas juntas."

Carol sorriu e disse:

"Logo, logo".

A menina abriu a boca espantada e Carol sorriu pra ela.

Falar o que realmente sente é uma dádiva, é deixar o peso de ter que se enconder, independente daquilo que vão pensar sobre você. Aliás, o que pensam sobre você, realmente importa?

A adolescente voltou ao seu lugar e Carol fechou os olhos na poltrona tentando descansar um pouco, ela precisaria estar bem quando chegasse naquele hospital e chegaria logo, mais meia hora de vôo.

No aeroporto, no meio de tanta gente com malas, Carol se deu conta que estava apenas com a roupa do corpo. Uma bolsa para carregar os documentos, dinheiro e o celular.
Não sabia nem onde era o hospital e precisava mandar uma mensagem para Mariana.

📱Mariana?

Ela logo apareceu..

📱Oi, Carol!

📱Como estão as coisas? Como está a Day?

📱Recebeu alta médica, estamos voltando para o apartamento dela. Vou ficar uns dias por aqui, pode ficar tranquila.

P L A Y - Parte 1Onde histórias criam vida. Descubra agora