Chegada ao inferno

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   O carro parou em frente ao internato e Ana desceu rapidamente do carro. Agarrou sua mochila e bateu a porta do carro com uma força além da necessária.

   Sentia que precisava descarregar a raiva que estava sentindo ou se não era capaz de falar e fazer coisas desagradáveis e, isso sim, seria um motivo para seu pai reclamar e repetir sobre a importância do colégio interno na educação dela. Coisa que Ana não suportaria ouvir pela exata... Septuagésima oitava vez. Sim, ela contou.

   "Tão ocupado que o pai não educa, tem que ser um raio de internato. Competência passou longe", pensava.

Seu pai, Louis Uckermann, desceu do carro e abriu o porta-malas para pegar a grande mala vermelha de rodinhas e colocar próximo a Ana que bufou de raiva e agarrou a alça da mala de má vontade.

   "Espero que eu não precise cancelar reuniões importantes para comparecer aqui, sempre que você tiver esses seus surtos de rebeldia." Louis disse entredentes. Se aproximou mais da loira e a olhou nos olhos e continuou: "Isso seria uma vergonha! Não vou tolerar mais nenhum tipo de bobagem. Entendeu?" disse com um tom ameaçador que Ana ignorou.

   "Pois então não venha. E se suas reuniões importantes envolve sua mais nova família-chacota, por favor fale que morri. Era o que você queria mesmo, não é?" ela deu as costas ao pai e entrou no seu mais novo lar.

   O que, tecnicamente, para ela, lar e inferno são sinônimos.

   Os portões se fecharam assim que ela passou por ele e os dois guardas que o vigiavam voltaram para suas posições. Ana teria certo receio dos brutamontes se não estivesse exalando raiva e revolta de cada poro de seu corpo.

   Assim que se aproximou para entrar no hall da escola, ouviu uma voz masculina. Por estar em seu próprio mundo, levou um certo susto. Porém, logo se recompôs e olhou na direção da voz.

   Ela viu um garoto másculo, um pouco mais alto que ela, de cabelos dourados assim como os olhos. Sua pele tinha um leve bronzeado e estava vestindo um uniforme, que a princípio ela achou cafona. Ele segurava uma prancheta e com passos hesitantes foi até ela. Ana apertou a alça de sua mala com força e respirou fundo. Não queria papo com absolutamente ninguém E logo de cara tem que conversar com um garoto.

   "Então..." Ana começou a bater o pé com certa impaciência. O garoto finalmente estava próximo a ela. Logo ela percebeu que ele tinha duas canetas no bolso da camisa.

   Ele limpa a garganta. "É... Então... Olá" começou ele sem jeito e Ana ergueu as sobrancelhas. "Sou Nathaniel Carter, presidente do grêmio estudantil. Quem iria recebê-la seria a diretora Sky e um dos inspetores. Mas eles estavam bastante ocupados com assuntos mais sério para..." ele ficou sem palavras. Ela revirou os olhos e cruzou os braços.

   "...perder tempo vindo receber mais uma aluna problemática. Já sei." Ana continuou batendo o pé e com os braços cruzados. Sua expressão era de claro desprezo.

   "Bem... De qualquer forma, estou aqui para ajudá-la e desejar boas-vindas. Precisa assinar esse papel..." ele estendeu uma prancheta e a loira, ainda irritada, pegou de má vontade.

   Ana analisou o papel. Suspirou. Pegou a caneta que Nathaniel estendia e assinou. Enquanto isso, ele a observava com as sobrancelhas franzidas e se perguntando qual era o problema com ela. Claro que também, não pôde evitar em analisa-la minuciosamente.

   "Só isso?" perguntou, devolvendo a prancheta e a caneta a ele. Nathaniel que estava segurando uma pequena pasta, a entregou para Ana. Ana franziu as sobrancelhas.

   "Horários, senha do armário, número do quarto, algumas explicações e as regras. Alguma dúvida? Aliás, é melhor ler as regras. Provavelmente a diretora conversará com você a sim que puder".

   "Onde fica os quartos?"

   Nathaniel explicou.

   "Obrigada. Com licença".

   Ana agarrou sua mala e pôs-se a andar na direção indicada com passos largos e decididos.

   Só precisava encontrar seu quarto e começar a planejar a fulga. Não poderia ser difícil, já que conseguiu sobreviver a situações piores.

Eu Te Amo - A Fuga e o AdeusOnde histórias criam vida. Descubra agora