Capítulo 1- Clara

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"Tem que mergulhar na própria fantasia, na nossa liberdade!"

Maria Clara

Entro no meu quarto fechado a porta com cuidado, tiro os salto alto jogando em algum canto e secando as lágrimas que insistem em cair. Que dia terrível!

A luz do abajur ao lado da poltrona onde eu leio se acende me fazendo colocar a mão no coração.

Clara: Aí que susto mãe!- falo baixo

Ananda: Já pensou se fosse o seu pai? - diz querendo rir

Clara: Não brinca com isso - seco as lágrimas descendo.

Ananda: Onde você estava?

Clara: Fui em uma balada, mas era melhor não ter ido.

Me aproximo dela sentando em seu colo e choro sem me importar dessa vez.

Ananda: O que foi meu pingo de gente?

Clara: Eu já cresci- reviro os olhos

Ananda: As vezes não parece - sorriu enxugando as lágrimas- me conta, foi o Ícaro?

Clara: Ele me traiu- me recordo da cena- Mas vai passar mãe...

Ananda: Eu...- interrompo ela

Clara: Não precisa dizer "eu te avisei que ele não prestava"

Ananda: Eu ia dizer que eu sinto muito - beija o topo da minha testa- mas eu te avisei. Quer conversar?

Clara: Não precisa. Eu só quero dormir

Ananda: Tá certo. - me levanto e ela também- Que seu pai não fique sabendo disso. Dorme com Deus, te amo! - me beija e sai me deixando sozinha.

A minha mãe é o melhor presente que Deus me deu. Não sou sua filha de sangue, por mais que sejamos parecidas na aparência e personalidade. Ela é professora, na ONG Maria Marta Miranda (minha avó), fica situada no morro e como meu pai é o fundador e engenheiro acabaram se conhecendo. Eu tinha dois anos e meio, não me lembro de quase nada, apenas as histórias que me contam.
A minha progenitora nunca me quis, então meu pai assumiu a resposabilidade sozinho.
Nesse período acabou sendo preso injustamente, minha mãe estava gravida do meu irmão, o Duca e depois de mais dois anos  meu pai foi solto.
Ainda nesse tempo fomos sequestrados e só depois que o sequestrador foi preso que tivemos paz até os dias de hoje.

Sorriu por dentro, no fundo, tudo que aconteceu só fortaleceu a gente. Foi como chamamos point for love.

Depois do tete a tete com a minha mãe, vou até o banheiro tomando um banho e limpando os vestígios de maquiagem. Visto um top e um short de dormir, me deito na cama pegando o celular e entrando no grupo do WhatsApp.

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Lá vem quem? 💛

Bianca, Evellyn, Jade e você

Clara: Oi, quero falar uma coisa 🙁

Evellyn: Oii

A filha do patrão - Da cor de Jade³ Onde histórias criam vida. Descubra agora