Sutis diferenças

O Encontro

Anshuka acordou em seu horário de sempre, as seis da manhã. Estava um lindo dia de sol em Nova Deli, ela se levantou ajoelhou-se ao lado da cama e fez sua oração matinal.
Em sua casa a religião hindu era muito respeitada, após oração ela se dirigiu ao banheiro, retirou a camiseta de dormir, tomou banho. Ela procurava fugir  das vestes indianas  mas sempre usava seus Saris por cima do jeans e camiseta. Ao se vestir se olhou no espelho, penteou os longos cabelos pretos e brilhantes, passou creme em seu rosto moreno, e passou seu  Kajal preto em seus olhos verdes realçado pelo contorno do lápis preto.
Os olhos puxados eram uma marca de seu rosto mas sem óculos pouco enxergava.
Colocou a roupa rapidamente olhou no relógio e viu que estava atrasada para o primeiro dia de aula na escola mais tradicional de Nova Deli, ela era bolsista e seu sonho era cursar medicina ao terminar o ensino médio. Pegou a mochila e saiu para o sol de Deli e nem lembrou de seus óculos.

Dinesch, acordou mal humorado naquela manhã de segunda feira. Foi direto ao banho e fez sua oração no banho , ao terminar colocou suas vestes indianas e sua Kurta, se dirigiu a enorme garagem do palacete onde morava e se dirigiu a seu carro esportivo, ligou o carro e saiu para a escola.
Ao estacionar diante do café mais tradicional de Nova Deli ele encontrou sua turma de amigos ricos e arrogantes, eles sempre se reuniam no café antes da aula, se cumprimentaram com vozes altas depois das férias.
Anshuka entrou no café, pois não havia comido nada em casa, foi ao balcão pediu seu café com naan seu pão predileto, saiu do balcão com a bandeja e se dirigiu a uma mesa , se lembrou dos óculos, como a vista estava embaçada sem eles não viu Dinesch de costas sentado na mesa a frente, tropeçou num rodo que estava no corredor da loja e caiu por cima de Dinesch com bandeja de café e tudo voou para o chão, fez-se um silêncio enorme na lanchonete, Anshuka no chão se levantou e pôs a mão no ombro de Dinesch para pedir desculpas, ele se levantou da cadeira e segurou a mão de Anshuka com força fazendo ela olhar para ele.

Os olhares se cruzaram...

O olhar furioso de Dinesch se acendeu mais ainda ao olhar o rosto lindo de Anshuka, ela por sua vez tentou retirar a mão dela da dele sem sucesso.
Dinesch esbravejou com sua voz grave:
- Está cega sua ulu!
O som das gargalhadas quebraram o silêncio do local, Anshuka levantou o olhar e respondeu:
-Desculpe tropecei.
-Alem de cega e surda?
Dinesch gritou.
Anshuka se assustou com o tom de voz, mas não se intimidou.
Disse:
-Já pedi desculpas pode soltar minha mão?
Dinesch soltou uma risada irônica largou a mão de Anshuka mas falou:
-Sabe com quem está falando?
Anshuka deu de ombros e se abaixou para recolher a bandeja e os cacos da xícara. Dinesch se abaixou e a pegou novamente pelas duas mãos de Anshuka com força, ela o olhou bem dentro dos olhos e pediu desculpas novamente. Ele a olhou de forma intensa com raiva e os músculos de seus rosto forte com boca perfeita e dentes brancos falou:
-Nunca mais me dirija a palavra Ulu, desastrada.
Anshuka sentiu-se esbofetear com as palavras rudes, mas o rosto bonito de Dinesch custava a sair de seus pensamentos.
Ouviu- se o sinal da entrada  e Anshuka se dirigiu a saída do café mas antes o balconista lhe deu um outro naan. Ela agradeceu. O grupo de Dinesch já tinha saído. Ao passar novamente pelo portão de entrada se deparou com o grupo novamente que soltaram risadinhas e a imitavam. Dinesch se virou  e olhou com desprezo para ela e voltou -lhe as costas.
Era o primeiro dia de aula. Anshuka esqueceu o ocorrido ansiosa pelas aulas e se dirigiu a sala de aula, sentou-se num canto, mas viu seu dia estragar ao ver Dinesch e seu grupo adentrarem na sala.