A casa vazia

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Era uma noite qualquer na casa dos Salvatore, não fosse pela ausência do Stefan e todos os outros. Depois de todo o mal ser expulso de Mystic Falls, leia-se Katherine, eu e Damon decidimos permanecer na cidade, pelo menos enquanto ninguém notasse que não envelhecíamos. Era estranho pensar que não tínhamos nossos amigos por perto, mas de certa forma era melhor assim.

Stefan estava casado com Caroline e os dois montaram uma escola, Alaric e as filhas foram para continuam em Mystic Falls também e bom, Enzo e Bonnie, resolveram viajar pelo mundo. Eu terminei minha faculdade de medicina e dividia minha vida entre o hospital e voltar para casa. Agora que éramos só nós dois, as coisas ficavam diferentes, dei um sorriso de canto. Gostava da ideia de que eu e Damon teríamos uma eternidade pela frente, apesar de que ele achasse desnecessário eu trabalhar.

Acordei no meio da noite, sentindo um cheiro de lavanda, estava tão quente. Tive um dia cheio no hospital e nem consegui ver Damon. Ele era dono de um bar em Mystic Falls, então, costumava ficar por lá até tarde, normalmente eu ia até lá passar a noite com ele. Mas, essa noite queria fazer uma surpresa, então voltei cedo para casa. Porém, acabei adormecendo. Mesmo que não precisasse realmente, eu gostava de dormir e deligar um pouco.

Ao perceber que Damon não estava por nenhum lugar do quarto, me levantei. Andei pelos corredores escuros, sentindo o cheiro forte de Lavanda. Os espelhos refletiam a luz da lua e eu fui andando até deparar com meu reflexo. Os cabelos castanhos extremamente rebeldes, a pele pálida e os olhos negros me encarando. A mesma aparência para sempre, jamais envelheceria. Para uma mulher de 30 anos aquilo parecia um sonho, mas eu ainda queria ser mãe.

Contudo, ficar com aquele que amava era mais importante pra mim. Ele não entendia o porquê de eu ter mudado de ideia. Dizia que a graça era eu ser humana demais para meu lado vampiro e que eu devia ter tomado a cura ao invés de fingir que tomei como havia feito antes de ser posta em um sono profundo. Minha explicação foi que haviam me tomado muito tempo com ele e eu queria que ninguém me impedisse de escolhe-lo mais. Apesar do meu coração partido.

Continuei andando pela casa até perceber que a janela estava aberta, as cortinas balançavam e a lua brilhava graciosa no céu. Fiquei observando-a até perceber um corvo parado no beiral, me aproximei dele e acariciei suas penas. Tinha passado a gostar de corvos fazia algum tempo. Então, me lembrei do corvo que me acompanhava no cemitério quando conheci Damon, nessa época eu era apaixonada por Stefan.

-Você não é o mesmo corvo daquele dia, ou é? –Perguntei ainda admirando o animal que me olhava atentamente e ele começou a grasnar, voando em seguida. Senti a presença daquele que amava e seus braços me enlaçaram a cintura. Não precisava perguntar, apenas pela tensão de meu corpo ele sabia o que queria falar.

-Desculpe, acabei passando no Stefan. Ele queria falar sobre sua dieta de esquilos. –Sua voz era rouca. Não pude conter o sorriso, era bom ver ele e o irmão juntos. Apesar das brigas, eram inseparáveis, como eu e Jeremy. Voltei-me para ele e coloquei meus braços ao redor do seu pescoço, descansando meu rosto em seu peito. Amava sentir o perfume dele. –Pensei que você fosse gostar do cheiro de lavanda, por isso deixei a janela aberta. Mas parece que você tem uma queda por corvos, Elena Gilbert Salvatore. –Ele falou, sussurrando o meu nome.

-O que eu posso fazer se sou incrível? Nem os corvos resistem–Falei e ele riu, eu havia pegado alguns de seus hábitos, inclusive o de se achar demais. Revirei os olhos. –Eu ia te fazer uma surpresa, mas você não chegava. –Falei na defensiva.

-Eu percebi, a cozinha cheirava a queimado e sim, esse foi o real motivo para abrir a janela –Quando ele disse isso, senti meu rosto enrubescer. –Deixe a comida comigo Elena. –Sua risada era reconfortante e então ele me puxou para mais perto me dando um beijo na testa. –Tem algo melhor que você pode fazer. –Me pegando no colo, Damon me carregou até o quarto. Comecei a rir descontroladamente, nossa história tinha sido feita de altos e baixos, mas a eternidade parecia prometer algo encantador, como o cheiro de lavanda que inebriava nossa casa. 

Lavanda (one shot)Where stories live. Discover now