As quatro semanas que eu passei em Paris foram maravilhosas, mas eu sabia que cedo ou mais tarde eu teria que voltar a minha realidade e encarar Jonathan, Pandora, e tudo que envolvia a minha mãe.
Levanto da cama, e observo o nascer do Sol a minha frente. A cobertura em que eu estava hospedado era perto da Torre Eiffel, o que tornava a paisagem ainda mais maravilhosa.
- Você precisa ir embora. - Digo para o francês nu deitado em minha cama. Ele era lindo, seus olhos azuis constrastavam com seu cabelo castanho cortado em estilo militar. - Meu pai está prestes a chegar.
- Você é mais gentil quando está na cama, princesa. - Ele diz, com seu sotaque francês.
Encaro seus profundos olhos.
- Mas fica ainda mais linda em frente a essa paisagem. - Ele diz, com um sorriso galanteador.
Reviro os olhos, abrindo um sorriso.
- Não seja um francês clichê, Sebastian. - O repreendo. - Você é mais gentil fora desse clima de romance. - Retruco.
Sebastian sorri, o que faria qualquer mulher cair em seus charmes. No começo, eu só o usava para esquecer a pessoa que eu realmente gostava, mas ele acabou se tornando uma boa companhia.
Sebastian se apoia em seus cotovelos, e puxa meu queixo em sua direção, aplicando um pequeno selinho em meus lábios.
- Bonjour, mon amour. - Ele sorri, se levantando da cama, pegando suas roupas no chão e se vestindo.
Quando Sebastian está saindo de minha cobertura, o chamo.
- Sim?
- Me encontre na cafeteria de sempre essa tarde, hoje é meu último dia e eu sentirei sua falta.
Ele revira os olhos.
- Quem está sendo uma francesa clichê agora? - Sebastian sorri, com os raios de Sol o iluminando. Uma linda imagem.
Reviro os olhos.
- Saia da minha casa agora! - Digo em um francês perfeito.
Ele manda um beijo no ar, e fecha a porta atrás de si.
Deito em minha cama cobrindo meu corpo nu com a manta. Fecho os olhos tentando não pensar em Jonathan e no quanto em sinto a sua falta. Tudo seria mais fácil com Sebastian se meu coração não pertencesse a outra pessoa. Lembro de minha mãe e na sua relação com a família do garoto pelo qual eu era apaixonada. A vontade de chorar me atinge novamente, então obrigo meus olhos a se abrirem.
Desde que eu cheguei a Paris, não havia pensando no caderno, mas nas últimas horas, ele havia se tornado frequente em meus pensamentos.
Levanto da cama tentando não pensar em minha verdadeira realidade e em todos os problemas que ela possuía, mas a cada minuto que a minha volta a São Paulo se aproxima, fico mais apreensiva em relação a isso.
Abro o meu guarda roupa e penso em como as coisas seriam fáceis se eu me mudasse para Paris definitivamente. Provavelmente me envolveriam em um romance com Sebastian, o que não seria ruim, e estaria trabalhando em qualquer biblioteca francesa, mas sei que a minha realidade não é essa, e fingir algo para mim mesma, era no mínimo, um auto egoísmo.
Pego um vestido listrado solto que vai até o meio das minha coxas e o visto. Coloco qualquer sapato, e pego a minha bolsa.
Quando estou prestes a sair do meu apartamento, meu pai aparece com o semblante totalmente cansado.
- Bom dia, filha. - Ele diz, passando por mim.
- Uau, bom dia, o que aconteceu? - Pergunto, observando seu estado.
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Fênix.
RomanceTodo mundo possui segredos. Há segredos que podem nos mudar, há segredos que podem nos destruir, e nos transformar em cinzas. Para sempre. Só resta a nós decidirmos se queremos ressurgir dessas cinzas ou vivermos na escuridão para sempre.