kim jiwoo observava, pela janela, os carros que iam e voltavam pela estrada escura. havia algo sobre a noite que trazia seus mais profundos pensamentos e sentimentos a tona, mesmo aqueles que ela sequer lembrava durante o dia.
a dor que a matara antes havia ído embora, deixando apenas a dor da saudade. jiwoo costumava pensar que ela era confusa, mas com o tempo descobriu que não era algo característico apenas dela. pessoas são confusas. sentem falta de coisas que as machucam, se acostumam a dor de tê-las por perto e desejam de volta algo que não as fazem bem. por quê?
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"como você nunca assistiu titanic, yves?" jiwoo tinha o cenho franzido e o tom indignado.
"simplesmente nunca parei para assistir, chuu" sooyoung deu de ombros.
"tudo bem... branca de neve e os sete anões, o clássico dos clássicos tanto da disney como das animações em geral."
"uh-uh," yves negou com a cabeça, com uma feição culpada.
"okay, deu pra mim, desisto de você," jiwoo se levantou, fingindo ir embora, porém Sooyoung a puxou pelo pulso, obrigando-a se sentar ao lado dela no sofá novamente. a morena jogou o braço sobre os ombros da menor enquanto gargalhava.
"não desiste de mim," resmungou com voz manhosa, ainda em meio às risadas. "podemos nos casar e assistir tudo juntas."
"esse foi o pedido de casamento mais emocionante que já ouvi," jiwoo balançou as mãos em frente ao seu rosto, em uma emoção teatral.
"e quantas vezes já foi pedida em casamento, kim jiwoo?" sooyoung tirou seu braço, franzindo o cenho.
"muitas, perdi a conta," jiwoo riu, logo segurando o rosto da morena em suas mãozinhas. "mas eu prefiro me casar com você."
não. jiwoo e sooyoung não eram um casal. tinham uma amizade... excêntrica.
"te peço em casamento de uma forma melhor daqui cinco anos, okay?"
oh, outro pequeno detalhe é que jiwoo realmente acreditava nesse tipo de coisa que sooyoung costumava dizer.
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jiwoo tinha duas formas de se lembrar de sooyoung: da forma ilusória, a versão de sooyoung criada por momentos como esse, pelas palavras bonitas, pelos momentos de conforto. a versão pela qual jiwoo se apaixonou mais de uma vez. e, claro, a versão cruel. a versão que vinha logo depois da ilusória, a versão egoísta, que não admitia que brincou com seu coração e a culpava de não permitir mais. era como se estivesse em um coma induzido por si mesma, com essa visão ilusória de seus sonhos que insistia em acreditar que era perfeita. mas então fosse trazida a realidade brutalmente, e visse que tudo o que viveu com sooyoung foi criado pela sua cabeça, que a realidade era totalmente diferente e ela apenas se deixou levar pela sua esperança nas pessoas e no amor.
em seu coma, jiwoo via sooyoung como uma palheta de cores, com defeitos e qualidades, mas todas igualmente lindas para kim. infelizmente a realidade a mostrou que sooyoung era cinza, sem cor, sem capacidade para tal. as cores, na verdade, estavam em jiwoo, por isso ela era capaz de enxergá-las em sooyoung.
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alérgica ao amor┋chuuves. loona.
Fanfiction─ o que eu sentia por você costumava ser um arco íris sem fim, sooyoung. uma mistura de cores quentes e cores frias. as vezes você me fazia te odiar, me quebrava, mas logo em seguida me conquistava de novo e recolhia os cacos, sem qualquer esforço...