i dont hate you

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— Sempre tive medo disso acontecer comigo.

— E aconteceu.

Não era uma piada, mas Stephen riu da situação de seu amigo. Alguns meses atrás, Anthony se apaixonou por Steve Rogers, um lindo rapaz, companheiro e todos os atrativos que o moreno precisava, ele era perfeito. Por um tempo, os dois viviam em uma bolha de amor e felicidade, até o sexo chegar e o término também.

Agora, Strange e Tony estavam assistindo um filme sobre isso, uma aposta e uma protagonista sendo ferida.

— Steve não se apaixonou por mim. Nem cantou uma música para fazer sexo comigo.

— Ele não cantou uma música para transar com a menina.

— Esse era o objetivo, meu bem.

— O objetivo era ela sair com alguém, não sexo.

— Você saí com alguém para assistir filmes? É só sexo! Tudo se trata disso.

— Eu estou aqui com você, sem compromisso.

— Você é burro.

Como uma criança, Stephen repetiu as palavras de Anthony. Sempre que assistiam filmes juntos – o que acontecia toda semana – brigavam e passavam quase dois segundos em silêncio, depois riam e tudo voltava ao normal.

— E você foi usado.

— Pesadíssimo.

— Você pretende se vingar algum dia?

— Eu já tive minha vingança. Ele perdeu o melhor sexo da vida dele.

— Se você diz.

Por um tempo, ambos deram toda atenção ao filme. Era um romance bem bobo, com um humor simples e tinha um final feliz. Tudo que eles precisavam, já que tinham tido um dia difícil.

— Stephen?

— Oi?

Anthony não olhava para o monitor, nem escutava o que os protagonistas falavam. Estava preso em seus pensamentos pessimistas.

— Você acha que alguém, um dia, irá fazer isso por mim?

— Eu faria.

— Pelo melhor sexo ou por mim?

— Eu odeio quando você usa sarcasmo como defesa. Odeio quando você passa mais tempo no laboratório do que comigo. Odeio quando se atrasa. Quando sorri de lado. Odeio suas roupas de bandas. Odeio seu estilo musical. Odeio sua bagunça e prepotência. Odeio quando você não está por perto, e também quando não me manda mensagem. Mas, acima de tudo, eu odeio o fato que eu não te odeio. Nem perto, nem mesmo um pouco.

— Só avisando que eu não transo depois do primeiro beijo.

E eles se beijaram, simples e natural. Como se sempre fizessem isso. Não foi como no filme, não houveram lágrimas salgadas, mas sim risadas altas e mãos entrelaçadas.

ten things - ironstrangeOnde histórias criam vida. Descubra agora