Say no to love

Capítulo 9: Players gonna play

ALFONSO

Eu precisei sair de perto de todo mundo, antes que eu resolvesse que era uma boa ideia acertar a cabeça do Kuno com uma pedra.

Ok.

Eu não faria isso. Não de verdade. O problema é que o que havia acontecendo entre eu e a Annie na minha festa surpresa tinha mexido demais comigo. Já era difícil ser apenas seu amigo antes, quando não tinha tido a chance de provar o calor do seu corpo e a maciez dos seus lábios, mas agora... caramba, beirava ao impossível. E ela estava lá, abraçada com o idiota do Kuno, deixando ele sussurrar qualquer bobagem em seu ouvido, apoiando uma mão no joelho dele, quando ia se inclinar pra pegar um marshmallow da fogueira.

Era enlouquecedor.

Primeiro, quero deixar claro que não odeio o Kuno. Ele é meu amigo... mas como eu já disse pro Chris, ele não me parece o cara ideal pra Annie e eu sou sincero quando digo que se um dia chegar a vê-la com um cara legal, vou ser o primeiro a entender e não atrapalhar. Mas esse não é o caso. Kuno esconde alguma coisa. Ah, se esconde!

— Poncho, veio tirar água do joelho?

— O que está fazendo aqui, Dulce? – perguntei, revirando os olhos.

Dulce sorriu, tirando um maço de cigarros da marca Camel do bolso da jaqueta de couro, junto com um esqueiro e se encostou no meu carro, me oferecendo. Eu recusei educadamente e ela disse:

— Não gosto de fumar no meio das meninas, elas não acham certo... – colocou o cigarro na boca e acendeu, dando uma forte tragada, logo em
seguida. — Elas são tão caretas! Você sabe disso... já que é amigo da Annie.

— Essas coisas vão te matar... – eu falei, balançando a cabeça.— É auto destruição, garota.

A ruiva apenas me encarou. Parecia me analisar friamente, como se quisesse entender algo que eu não tinha dito ainda. Era desconfortável, pra dizer o mínimo.

— Rastejar por quem não te quer também é. Esperar que alguém que te ame de volta não é amor de verdade, é auto destruição. Não vai acabar do jeito que você espera que acabe. Esqueça a Annie. Ela nunca vai corresponder o que sente por ela.

Era como se aquela demônia ruiva de voz fina tivesse jogado um balde de água fria em mim. Eu sempre soube que ela suspeitava, mas ouvir uma das melhores amigas da Annie despejar tudo aquilo na minha cara, era pior do que eu podia imaginar.

— Está me dizendo isso por quê?

Ela sorriu e jogou a bituca de cigarro no chão, amassando-a com a ponta de sua bota. Então, deu um passo a frente e rodeou os braços em meu pescoço. Seu hálito era horrível...

— Poncho, Poncho... nossa amiga tenta parecer madura, mas ela não é. Ela é só uma garotinha e acho até que esse é seu charme, por isso é
tão popular na escola... mas você precisa de
uma mulher e não de uma garota.

— E quem você sugere?

Ela lambeu o lábio inferior como uma gato diante de um pote de leite e sorriu.

— Megan me disse que você é único ex com quem ela voltaria a ficar, porque segundo ela, você tem um excelente instrumento... – disse Dulce, descendo a mão e abrindo meu cinto.