Capítulo Único

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Changkyun sentiu o estômago revirar ao ver o selinho que Kihyun deu na namorada antes de se despedir. Com a respiração acelerada, passou a mão pela nuca e virou-se para não presenciar tal cena deplorável. A garota afastou-se do garoto de cabelos recém tingidos de rosa e sorriu para Changkyun, acenando inocentemente.

Ao tê-la longe de sua vista, observou Kihyun sorrindo como idiota vendo sua garota se afastar e, nós fizeram-se presente em sua garganta.

— Ela não é incrível? — o rosado olhou para o melhor amigo, que passou rapidamente a língua sobre os lábios, pigarreando e cruzando os braços.

— Acho que vamos nos atrasar. — disse grosso, voltando a andar e deixando o colega para trás. Cada passo que dava afastando-se de Kihyun, parecia que espinhos cravavam em seu coração. Será que era pedir demais para não sentir coisas estranhas pelo garoto que cresceu ao seu lado?

Kihyun não protestou e seguiu o mais novo, em silêncio. Em sua mente haviam várias teorias sobre como Changkyun conseguia ser bipolar em momentos inoportunos. Instantes antes de encontrarem sua namorada ele estava perfeitamente bem mas do nada fechou a cara.

Changkyun sempre ficava assim quando sua namorada estava por perto, era quase que automático! Lembrou-se do dia que a apresentou para os amigos, ele não disse nada e apenas saiu do restaurante com a desculpa de que precisava ir a um lugar. Ele já a conhecia pelo fato de estarem na mesma turma do último ano.

Im Changkyun não teria sentimentos pela jovem, não é? Ele não estaria apaixonado pela garota que namora o seu melhor amigo, certo?

— Changkyun... — parou de repente. O mais novo fez o mesmo agora com as mãos no bolso do casaco, com o rosto escondido no cachecol. A neve caía sobre as ruas, e o de cabelos escuros imaginou que seria uma cena perfeita de dorama, onde o principal se declara para a mocinha. — Você está apaixonado pela Dodo?

As palavras atingiram o garoto. O sangue ferveu e o mesmo trincou os dentes, segurando para não soltar tudo o que ficou se acumulando no peito através dos anos. Ele queria gritar, mas sabia as consequências.

"Só é vencedor quem está preparado para lidar com as consequências".

Então Changkyun era um perdedor. O que ele queria traria a maior das perdas, causaria o afastamento do seu melhor amigo.

— Não. — respondeu simplesmente, mas o rosado não se contentou.

— Então por que? Por que muda drasticamente quando ela está por perto? Por que se torna frio depois que nos despedimos? Se isso não é ciúmes eu realmente não sei o que é! — o seu tom de voz elevado transmitia desespero.

— Você tem razão.

— Não me venha com essa de... — a frase morreu quando o mais velho se tocou com a resposta do amigo. — Você gosta dela?

— Eu não gosto quando vocês saem juntos. Não gosto quando você fala dela como se ela fosse a jóia mais rara deste mundo. Não gosto quando vocês dividem comidas no restaurante. Não gosto quando você mexe no cabelo dela e, não gosto quando vocês trocam mensagens de celular, usando apelidos carinhosos. — respondeu, sem expressar emoção alguma.

Kihyun se assustou e franziu o cenho, desacreditado. Então era isso. Ele estava vivendo um triângulo amoroso onde, teria que lutar contra o seu melhor amigo.

— Por que não me disse isso?

— Eu ainda não terminei. — é agora, o momento em que a coragem encheu o seu peito e nada mais importava. Changkyun não queria mais sofrer, mesmo que a consequência lhe causasse mais sofrimento. Tê-lo longe doía, mas tê-lo por perto doía ainda mais. — Eu odeio este relacionamento. Odeio quando você me troca por ela, odeio quando ela faz carinho em você e te dá amor. Eu odeio tudo isso, odeio ainda mais quando vocês se beijam. Sabe porque eu odeio isso Kihyun?

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