Tormenta

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Heloise nunca fora conforme o vento, ela acreditava que os caminhos que não conhecia, só traria dor a ela. Mas Christian havia mudado isso, além de ter mudado sua cabeça, coração, e alma.

Christian girava em torno dela, tirava os pés de Heloise do chão e a enlouquecia.

Ela continuaria naquela loucura com ele?

E se Heloise decidisse abandonar Christian? Quem a faria viver novamente?

A morte da sua mãe doía, mas o que sua mãe tinha feito a ela doía muito mais. Heloise não pretendia contar a ninguém sobre sua antiga vida ao lado de sua mãe.

- Queria saber o que tanto esconde. - disse Christian sentando-se ao lado dela debaixo do carvalho.

Heloise virou-se para olhá-lo. Ela estava nervosa, ele era curioso demais. Mais curioso que a própria.

- Por que veio para mansão Corvin? O que você fez? - ele perguntou sem tirar os dela.

- Por que é importante para você saber disso? - ela perguntou.

- Não foi essa pergunta que fiz. - ele respondeu.

- Não foi essa a resposta que eu esperava. - ela disse.

Christian levantou-se, e olhou seriamente para ela. Heloise não estava entendendo a atitude do irmão.

- Siga me. - disse Christian.

Ela levantou e ambos caminharam para fora dos portões e muros de San Diego. Entraram dentro do carro e Christian conduziu um caminho diferente que Heloise estava acostumada a trajetar de casa para escola e da escola para casa.

- Para onde estamos indo? - ela perguntou sem tirar os olhos da estrada.

Christian olhou para ela e sorriu sarcástico, depois voltou a observar a estrada.

O carro parou de frente para o mar. Ambos saíram do veículo e olharam um para o outro.

Heloise caminhou em direção a praia, fechou os olhos e sentiu a leveza, enquanto o vento soprava seu cabelo para longe do seu rosto.

- O que sente? - perguntou Christian.

Heloise abriu os braços, como se estivesse voando. Ela era um pássaro frágil que sonhava com a liberdade de sua alma.

- Paz? - Christian perguntou curioso.

Ele estava batalhando para saber dos sentimentos dela. Parecia que ela era a jóia mais rara naquele momento. Ele queria usá-la, até que o valor e o brilho dela desaparecesse.

Heloise olhou para Christian, inspirou, pensou e respirou novamente.

- Eu não consigo sentir a paz com você ao meu lado. - ela respondeu secamente. - Mas ainda assim, não posso me distanciar de você. - concluiu.

- Mas eu posso. - Christian respondeu friamente. - Agora vamos. - ele disse fazendo sinal para eles irem embora.

O caminho para mansão Corvin foi tomado pelo silêncio. Christian não ousou em olhar para irmã, e em alguns instantes Heloise tentava falar alguma coisa, mas em seu coração, ela sabia que não era certo pronunciar nada.

Ao estacionar o carro na garagem da mansão, ambos se olharam, e Heloise soube que era hora de sair dali. Quando saiu do carro, Christian ainda com as mãos sobre o volante, jogou sua cabeça para perto das suas mãos e ficou ali por um bom tempo.

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