Tempestade Perfeita

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Ela não soube ao certo por quanto tempo ficaram ali, naquele carro, enquanto a magia daquele beijo contagiava o coração de Heloise e a única música de fundo, era o som das gotas da chuva batendo contra o vidro do carro. Ao se afastarem, Caleb acariciou o rosto de Heloise levemente e olhando nos olhos da jovem com certo remorso ele disse:

- Me desculpe.

Ela não entendeu o que houve, porque ele pediu desculpas. Heloise estava nervosa, seu coração acelerado, a respiração havia ganho outro movimento.

- Por favor, me leva até a entrada do condomínio Corvin. - ela disse olhando para frente.

Caleb ligou o carro e dirigiu até o destino de Heloise. Ambos não disseram uma palavra sequer, eles estavam ocupados pensando no que havia acontecido a alguns minutos atrás.

Quando Caleb parou o carro em frente aos portões do condomínio mais famoso de Helston, Heloise desceu do carro imediatamente sem dar tempo para que Caleb despedir-se dela.

Ao passar pela porta da Mansão Corvin, a jovem deu de cara com Rodrigo sentado na sua poltrona de couro com um jornal sob sua perna e 

Christian no andar de cima encostado na escada olhando para ela.

- Você está ciente do que a vizinhança fala sobre a moça chegar tarde em casa? - perguntou Rodrigo.

- Engraçado, você diz isso como se importasse comigo. - Respondeu Heloise.

- Sua impetulante, você carrega Corvin em seu nome e devia orgulhar-se disso. - Rodrigo gritou.

- Para mim, isso é uma maldição. - respondeu ela.

Heloise subiu as escadas sem olhar para a cara de Christian que estava sorrindo do que acabou de presenciar.

Heloise se banhou e vestiu um vestido vermelho de seda e da janela de seu quarto, observou Rodrigo sair da mansão com seu carro. Segundos depois ela sentiu o toque quente e suave sob sua pele gélida.

Christian. 

Sim, ela sabia que era ele. Já conhecia seu toque.

- O que aconteceu? Por que chegou em casa tarde? - ele perguntou.

Heloise virou-se para ele e disse:

- Não é da sua conta.

A garota andou em direção à porta, mas Christian a agarrou pelo braço e puxou para perto dele.

- O que você quer Christian? - perguntou ela.

- Você não era rebelde assim.- disse ele. - O que aconteceu? 

Heloise não respondeu nada e saiu do quarto. 

Christian odiava quando as pessoas não respondiam suas perguntas, ele gostava de sentir que era o dominador, porque ele dominava as pessoas como ninguém.

Quando chegou no jardim de inverno, Christian viu Heloise encolhida no chão e chorando. Ele fez algo sem perceber? Ou era culpa pelo ocorrido nessa semana?

- Heloise...

Ele a carregou nos seus braços, a levou para seu quarto e colocou-a na cama. 

Aos poucos o choro de Heloise cessou e o sono pesou seus olhos como o mundo estava pesando em seus ombros. Christian sentou-se ao lado dela e ficou observando ela dormir. 

- Sei o que sente, mas há montanhas que são impossíveis de escalarmos e portas que não podem ser abertas. - ele fez uma pausa. - Um dia você me verá em chamas e perceberá que somos feitos para dizer adeus. - concluiu.

Sussurros da NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora