KC - 12
Não estava irritada com a princesa. Eu não precisava tomar conta da vida dela. Ela sabia o que estava fazendo. Mas sabe quando seu coração acorda todo despedaçado. Como se algo estivesse cutucando seus sentimentos, e aquela vozinha chata incomodando, dizendo que ela vai ter um passeio, com um homem. Nós sabíamos como era esses passeios, e para quê eles serviam. Eu queria convidá-la para um passeio. Contudo, eu não podia.
Por quê isso era uma "doença". Era algo de outro mundo. Por quê era proíbido e um crime.
Apenas suspirei. Vendo o sol nascer aos poucos. Já estava pronta. Pronta para ajudá-la na toalhete, vesti-la e me sentir em queda livre ao toca-la. Levantei, sentindo meu corpo todo pesado. Aquele sentimento terrível estava me consumindo. E nada eu podia fazer. Ela iria se casar com um homem. E eu morreria vendo-a com um homem. Algo que ela não quer. Por quê ela é igual a mim. E para o mundo não nos julgar, devemos abrir mão do que sentíamos, para vivermos em harmonia. Mas nossa mente e coração em caos.
Não era isso que queria para minha vida. E não desejava nenhuma para a vida das pessoas que sofre a mesma repressão que sofremos.
Ouvi o ranger da porta do quarto ao lado, levantei rápido. Quando abri a porta vi a princesa parada. Cumprimentei com uma reverência.
- Preciso que me ajude na toalhete. - sorriu. - acordei sem ânimo algum.
Fiz como dito. Como era meu dever. Fiz um coque em seus cabelos longos. O que deixou incrivelmente linda. Radiante, para dizer a verdade. O vestido sob a cama. Ajudei-a a vestir, evitando olhar para seu corpo e deseja-lo como nunca desejei. Era um pecado sentir isso pela minha patroa. Era errado e insano. Mas meu coração age por si próprio. E escolhe a pessoa para amar. Joguei seu perfume de jasmine, passando um batom rosa avermelhado. Aquela cor ficou perfeita em seus lábios. Eu queria muito, muito mesmo, beija-la naquele instante.
No momento que ela me olhou como se fosse o último momento juntas. Por quê nós sabíamos que depois de um passeio, vem outros e mais outros, até o inesperado pedido de casamento. E tudo. Todo meu amor e a solidão fica comigo. Ou um casamento obrigatório.
Acompanhei até a sala de jantar. Ajudando-a se servir. Terminando meu serviço, vou para a cozinha. Acho que precisava conversar com alguém que não tivesse preconceito. Que mesmo com toda a confusão comigo, gostasse de mim. Quisesse conversar comigo, por ser uma dama intelectual.
- O que se passa na cabecinha? - perguntou Sohee, sentando junto a mim e nos servindo.
- A morte seria uma boa opção para uma pessoa como a mim, não? - recusei olhar em seus olhos. Eu me odiava.
- A morte nunca é a solução, Yerim. Devemos lutar contra as regras absurdas. - apertou a minha mão. E eu sentia como se ela fosse a minha mãe, naquele momento. - você é jovem. E pode mostrar para a sociedade, que amor não pode ser considerado um pecado. Não se entregue tão fácil para os favores sociais. Seja forte. Você pode ser, sim, feliz!
Sorri, deixando que as lágrimas caísse. Não importava mais. Nada mais importava. E tudo estava perdido.
•
Chegou o terrível momento. Quando o mordomo informou a presença daquele homem, meu coração palpitou de nervoso. Sem contar que passei a tarde toda ouvindo a mãe de Sooyoung repetir diversas vezes como flertar com um cavalheiro. Tentei em todas as frases ditas por ela, não revirar os olhos. Aquela conversa toda me dava enjôo.
Os dois conversaram na porta por um tempo. Até que a princesa olhou para mim. Sua mãe olhou reprovando aquele ato, Jimin sentado ao lado apenas escondia o riso.
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;; kingdom come | joy+ri [red velvet]
FanfictionSéculo 18, onde as pessoas são reservadas e selam por suas reputações. A qual amar diferente é crime. Após ser feita de chacotas, Yerim se ver perdida quando se descobre homossexual e acaba se apaixonando pela amiga, que a traí espalhando seu segred...