Capítulo 1

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Taxistas buzinando, pessoas corajosas atravessando sem ao menos se importar com o sinal que está vermelho, o cheiro de comidas que vinha dos carrinhos clandestinos. Manhattan era incrível, exatamente como nos filmes. O dia estava lindo, e eu por um momento me peguei refletindo como cheguei aqui; Fui abandonada tão nova pelos meus país biológicos, passei a vida em um orfanato e aos dezesseis anos sai de lá, bem melhor dizendo, fugi. E tive a grande sorte de encontrar Eugenio, ele é um amigo e tanto, me recordo até hoje como ele confiou em mim me levando para sua casa, comprando roupas e cuidando de mim como se fosse sua irmã. E claro, é por ele que estou aqui.

Meus olhos seguem toda extensão do prédio na minha frente, é grande e bonito. Levy's revolution era a maior agência de publicidade de Nova York e quando Eugenio disse que conseguiu um trabalho para mim lá, mesmo eu não tendo terminado meu curso ainda, eu fiquei impressionada. Sabia que ele tinha suas influências, era um modelo muito famoso e fotografo, além de seus pais serem bem ricos e terem várias industrias pela cidade, mas ele não queria seguir essa carreira.

Entrando no prédio, percebi toda luxuria, paredes brancas com quadros sofisticados. Pessoas andando de um lado pro outro com seus sapatos caros. Olhei para meus pés e sorri desconfortante pela sapatilha preta. Os dois seguranças me olharam de cima a baixo e me repreendi por não aceitar o vestido que Eugenio comprou para mim, eu já devia muito a ele e jurei que ia pagar centavo por centavo. Droga. Olhando aquelas mulheres altas, magras, com seus terninhos e vestidos de marca me senti totalmente incomodada. Droga. Respirando fundo, mostrei meu crachá para o segurança a minha esquerda. Ele me ofereceu um sorriso e liberou a passagem.

Ao chegar no último andar me senti mais inapropriada ainda. A segunda recepção era linda e charmosa e para acompanhar esse luxo duas loiras com roupas deslumbrantes estavam sentadas, digitando rápidos em seus notebooks.

"Com licença", minha voz saiu mais baixa do que o normal. A da direita me encarou e me ofereceu um sorriso reconfortante. Não posso dizer o mesmo da sua companheira que me olhou por alguns segundos e depois voltou a digitar como se eu não estivesse lá. Encolhi os ombros.

"Posso ajudar?", ela era realmente linda, seus olhos azuis chamavam muita atenção e parecia bem simpática.

"Sim, sou Maite, fiz uma entrevista e me retornaram". Dei um sorriso constrangido. Vim aqui uma semana atrás, e fiquei impressionado por me ligarem na semana seguinte. Fui entrevistada por um rapaz muito agradável. Mas, não me disserem quem seria meu futuro chefe.

"Ah, Maite, Fabian me disse que viria. Venha, vou mostrar sua sala para se acomodar"

"Sala?", perguntei, nervosa.

Ela se levantou, estava com um vestido colado até os joelhos, seus sapatos altos, parecia que custavam uma fortuna. Olhei para ela e depois para mim; maldita calça jeans e blusa básica. Deveria ter escutado o Eugenio.

"Sim, uma sala. Você é a secretária do chefe" ela me olhou e sorriu, deveria ter reparado minha inquietação. "Não se preocupe, ele é maravilhoso. Em todos os sentidos" dessa vez, ela deu um sorisso de canto.

Em todos os sentidos, como assim? Pesquisei e essa empresa tem muitos anos e vi a foto do Sr. Levy, ele tem 50 anos e tinha uma aparência incrível.

Deixei meus pensamentos de lado assim que entrei na sala, era pequena mais muito bonita e aconchegante. Paredes em um tom de azul bem claro. Era bem iluminada. Só estava bem vazia.

"Você pode arrumar a sala da sua maneira" ela disse se escorando na parede e cruzando seus braços. " O Sr. Levy chega daqui uns 15 minutos" disse olhando para o seu relógio e em seguida para mim, "então esteja pronta para recebe-lo. Seja bem-vinda, Maite" ela disse saindo, me deixando sozinha.

Entre o amor e a vingançaOnde histórias criam vida. Descubra agora