único: chinelos, café e a noviça rebelde

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— Jeno, você viu o lado esquerdo do meu chinelo cor de rosa? — gritou o menino, correndo alternadamente pelos dois quartos. As roupas de sua mala estavam jogadas no chão, sem nexo, e seus produtos faciais dentro do banheiro encontravam-se no piso ladrilhado frio.

— Não, Hyuck, e se você me perguntar mais uma vez, eu 'vô 'metê o meu frasco de shampoo nos seus olhos!

A cabeleira negra do Lee fez-se presente no recinto novamente, segurando um par de óculos escuros e protetor solar fator 70; os olhos correram pelo perímetro novamente, enxergando de longe uma parte do calçado que o amigo procurava debaixo da cama. Bufou irritado, agarrando o chinelo e, quando sentiu a presença de Donghyuck dentro do quarto, jogou com o máximo de força que tinha em direção à face do mais novo; o amigo gritou em dor, colocando as mãos em cima da bochecha marcada pelo padrão da sola do chinelo.

— Ei! — berrou, dando um tapão no ombro de Jeno. — Eu só pedi que 'cê ajudasse a encontrar essa merda, não que jogasse na minha cara! — resmungou, bufando baixinho.

— Ninguém mandou você ficar me segurando aqui enquanto o horário do café da manhã passa. Sinceramente, Donghyuck, como somos amigos?

— Você quer dizer como eu, uma pessoa incrível, fui ser amigo seu, né? — perguntou, fechando o cofre com seus documentos, passaportes e eletrônicos. — 'Vamo descer logo 'pro maldito café da manhã antes que você volte a falar sobre a droga das panquecas com chocolate. Até eu 'tô ficando com fome.

O caminho para o restaurante foi curto e silencioso; nenhum deles se deu ao trabalho de comentar alguma coisa, uma vez que ambos estavam notificando sua família – em especial suas mães – de que dormiram bem e já estavam a caminho do café. Quando passaram pelas portas do local, seguiram direto para o balcão com as bandejas, pratos e talheres dispostos aos hospedados como se fossem dois zumbis, separando-se em um momento em que Jeno corria para pegar as últimas panquecas quentes e o molho de chocolate que tanto gostou e Donghyuck seguiu seu caminho até a mesa com croissants e doces recheados com creme.

Era o combo perfeito para aqueles que queriam ter diabetes.

Quando passaram para pegar o café preto e cheiroso que os funcionários faziam, Jeno olhou de relance para a área com as mesas e sentiu-se levemente aliviado; o horário do café da manhã estava acabando, por isso não havia quase ninguém, o que era ótimo porque não precisariam se sentar perto de estranhos fedendo a salgadinho de queijo, suor e protetor solar com cheiro de banana.

— Ei, Jeno.

— Que foi?

— Olha ali, cara.

— Olhar 'pra onde? Deixa eu pegar meu iogurte com cereal. — resmungou, derramando o líquido rosa em seu bowl.

— Caralho Jeno, só olha! — falou em tom mais alto, sentindo finalmente as orbes do amigo levantarem do que fazia e olharem o ponto que tanto chamava a atenção de Donghyuck.

Um garoto pálido pelo protetor solar, usando um chapéu grande demais para sua cabeça – o que fez o Lee mais velho suspeitar que não lhe pertencia – e calção verde e azul o encarava, os cabelos molhados grudados em volta do rosto perfeitamente desenhado. Jeno sentiu suas bochechas corarem furiosamente, o estômago revirando em borboletas, sentindo a necessidade de voltar a colocar mais iogurte no pote apenas para não encarar o garoto novamente.

— Caraca, aquele guri 'tava realmente te encarando como se tu fosse a coisa mais perfeita do mundo — disse o amigo, caminhando com o outro Lee até uma mesa fora do recinto. — Coitado. Sabe de nada, inocente.

O moreno poupou o amigo de uma bela de marca vermelha nas costas que sairia de seu forte tapão. Uma vez sentados no lado de fora, ambos sentiram a necessidade de retirar as camisetas que grudavam em seus corpos, já que fazia muito sol e calor naquele dia. Iniciaram sua comilança sem rodeios, atacando os doces e as bebidas que pegaram.

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⏰ Última atualização: Jul 11, 2018 ⏰

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