" Me vejo em um lugar um tanto escuro, ouço vozes e barulhos altos, deitada no chão de madeira, sinto uma leve tontura ao me levantar, ando um pouco ate encontrar uma luz vinda de uma janela fechada.
- Qual a necessidade de uma janela tão alta?
Após o pensamento dito em voz alta algo me surpreende. Minha voz, estava um tanto diferente do usual, começo a observar a mim mesma, com um tanto de dificuldade devido a luz fraca vindo das frestas da janela. Noto então que sou uma criança, uma garotinha de cabelos loiros e pele branca, ao pensar sobre, apenas um nome me vinha a cabeça
-Hanna...
Começo então a tentar abrir a janela, pulando e tentando acertar o trinco, apos um certo esforço consigo abri-la, esforço me para me pendurar nela e olhar para o outro lado. A primeira coisa que vejo é uma mulher tropeçando e sendo pisoteada no meio de uma multidão correndo desesperada, aos poucos caindo, todos correndo o maximo que pudessem como se aquilo fosse tudo o que lhes restava para tentar se salvar.
- PARA O PORTO!!! VAMOS!!
Grita um homem de barba grisalha tentando guiar aquela multidão de gente. A visão pela janela era limitada, porém a luz que entrou me permitiu ver que eu estava uma casa que parecia abandonada ha muito tempo, noto que tem uma porta, no entanto se me atrevesse a sair agora só iria terminar pisoteada como muitos outros naquele meio. Minha única rota é uma escada que levava ao segundo andar saio correndo por ela e ao chegar lá encontro uma varanda. Ouço a multidão de gente gritar ainda mais com barulhos de tiros e explosões. A passos leves vou em direção a varanda e começo a olhar nas direções que ao conseguia antes, no final da rua vejo um exército se aproximando com rajadas de tiros de rifles, as explosões vinham das casas que eram derrubadas por onde eles passavam, estavam a 5 ou 6 casas de onde eu estava, meu tempo não era dos melhores.
- RÁPIDO!! TODOS PARA O PORTO!!
O homem grisalho ainda gritava levando aquele monte de gente desesperada. Olho em volta pela casa e minha única rota de fuga é uma janela que provavelmente me dava acesso ao telhado, pego uma cadeira e consigo alcançar a janela me seguro nela e começo a subir, é um tanto estreito, piso com cuidado para o lado, acabo tomando um susto com os tiros e piso em falso, uma das telhas desliza, consigo me segurar em uma parte da janela e me equilibrar de novo, ao chegar no telhado ouço mais barulhos de explosões, dessa vez muito mais alto, a multidão já estava quase mínima e o homem grisalho já havia sumido, saio correndo pelo telhado e por sorte as casas eram bastante próximas, então eu conseguia pular facilmente de uma para a outra.
Sigo correndo pelos telhados por uns 5 minutos, e estranhamente não estava nada cansada, como alguem do meu tamanho teria tanto preparo físico eu me perguntei. E então eu apenas escuto uma buzina de navio e ao meu lado passa uma enorme embarcação, e para minha não muito grande surpresa, o homem grisalho estava no convés do navio, ele olha pra mim e eu saio correndo atrás tentando acompanha-lo
- Pode me dar uma carona?!!
Ele me encara e joga uma escada de corda.
- Rápido, eles estão se aproximando !!
Me agarro a escada e subo o mais rápido que consigo.
Já no convés desse navio estranho, olho pra baixo e noto que ele viaja na terra mesmo arrastando a areia do chão, fico bastante animada afinal era minha primeira vez em um navio.
- Você parece bem destemida garotinha, como exatamente terminou correndo pelos telhados das casas?
Disse enquanto recolhia a escada.
- Digamos que eu apenas estava tentando salvar minha própria vida. Sou Hanna...
- Juditty??
Ele pergunta com um certo olhar espantado mas curioso.
- Esse nome me é familiar, mas por algum motivo é como se eu não conseguisse lembrar direito.
- Um dos meus encarregados me mostrou uma carta que foi dada a ele, por coincidência ou não, ela foi endereçada a uma Hanna Juditty, mas ela não existia nos registros da cidade.
Algo dentro de mim se inquietou ao ouvir isso tudo, mas eu não podia fazer nada apenas perguntei se poderia ler a carta.
Ele coloca a mão no bolso e a tira, o envelope era todo decorado e ainda estava selada.
- Bom, não vejo melhor opção alem disso, pode levar.
Eu adoraria acompanhar o que esta escrito na carta mas, parece que a jornada terminou aqui, cada vez mais me pergunto o que essas aventuras representam realmente? Quantas varias interpretações podemos ter do nosso prol cérebro ao notar que criamos tudo isso? Essa historia pode ter vários pontos de vista, e como muitas coisas na vida, talvez nunca tenha uma certa "conclusão". Você é capaz de interpretar a sua própria historia?"Violet Master
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Cores por fora de um sonho
General Fiction"O quanto o mundo dos sonhos dentro de nossas cabeças, é realmente algo só de nossas cabeças? Historias que nunca sabemos de onde vem realmente, nem se realmente tem algum significado. Mas o quanto elas podem influenciar na vida de alguem? Sera que...