Capítulo 7.

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Entre as inúmeras árvores ao meu redor escolho uma um pouco mais ao longe, grossa, suas copas não tão altas, suas folhas pequenas. Encosto minha mão em seu tronco, é  a terceira árvore que tentava fazer algo a não ser matá-la,  mas como as duas anteriores, acabei matando as pobres árvores...

__ Acho melhor fazer um funeral digno para essas árvores.  __ digo sendo sarcástica.

__ Você só precisa querer... não matá-la. __ diz Scott pausando.

__ Está meio impossível.  __ retruco.

__ Tenta esquecer que pode... tirar vidas. __ diz pondo minha mão de volta ao tronco.

Esquecer que tem um poder capaz de matar e dá vida, é meio improvável de se esquecer, penso em mil e uma coisa para fazer algo com a bendita árvore. Sou uma bruxa, sou uma bruxa forte, sou uma bruxa forte poderosa com mil e uma utilidades com meus mais recentes poderes.
Começo a sentir tudo que indicasse que mataria novamente a árvore, recrimino essa sensação e penso: Não quero matá-la!  E não a mato. O vento bate nas copas das árvores,  sinto o vento bater, sinto todas as árvores balançarem, vejo os animais passarem perto das árvores,  vejo os pássaros voarem por cima, por entre elas e alguns pousando nas árvores.  Surpresa com o talvez meu novo dom, afasto da árvore não tirando meus olhos dela.

__ O que houve? __ seus olhos me observam afastar.

Incrédula com o ocorrido não vinha palavras da qual minha boca pudesse dizer, meus lábios não conseguiam esconder a animação de ter dado 360° grau envolta do campo vasto de árvores sem sair do lugar.

__ O que você fez? __ indaga Scott vendo minha animação.

__Eu... eu... __ pausei engolindo seco. __ Vi tudo...

__ Como assim?

__ Eu vi os animais da floresta,  eu vi os pássaros voarem e fazerem coco nos galhos. Eu senti o vento chacoalhar as copas das árvores.  __ explico atropelando as palavras, digo tudo sustentando minha repentina alegria.

__ Ótimo,  parece que gostou do seu poder. __ diz vendo minha animação.

O treino com o Scott durou todo o dia, um dia inteiro divertido, animado, um jeito bem diferente de treinar com o Scott do que com o Bill.
Havia certos momentos que os olhos do Scott se perdia nos meus, era uma sensação nova, diferente do que antes, apesar de não ser um sentimento arrebatador.  Queria sentir algo por ele, estou plena e disposta a me apaixonar pelo Scott, ele é gentil, meigo, espontâneo, alegria contagiante. Quem não se apaixonaria por ele?
Apesar de querer e não sentir, ele tinha a façanha de conseguir me deixar sem jeito, com talvez um pouco de vergonha de suas olhadas.

Chega então a noite trazendo consigo a chuva ventosa com seus raios e trovãos para aterroriza meus tímpanos, todos já descansando do dia intenso que talvez havia sido para eles.  Menos eu. Vago sem rumo nos meus pensamentos inúteis, pensando em como minha família estaria com a minha ausência, se estariam sentindo minha falta? Ou estariam aproveitando a minha ausência para fazer coisas da qual sempre os "atrapalhavam"?
Abraçada ao meu travesseiro me recordo do porquê que o tenho. Tenho esse travesseirinho dês dos meus seis anos quando meu pai me deu em uma viajem longa, para que eu pudesse dormir ai ele me deu, guardo ele até hoje por dois motivos, ele me conforta nos meus momentos de desespero, angústia e sono, e me faz ter lembranças do meu pai.
É meio idiota dizer que tenho um travesseiro pra dormir agarrada ao invés de um bichinho de pelúcia, seria retardadisse dizer que uma mulher já feita dormi com bichos de pelúcia.
Tento trazer a segurança que havia perdido enquanto vagava nos meus pensamentos,  o aperto forte querendo reprimir esse sentimento de insegurança em mim, fugindo esse sentimento pego no sono enquanto o som da chuva ser torna minha possível canção de dormir.

A última Bruxa.Onde histórias criam vida. Descubra agora