O céu está em todo lugar

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Lennie Walker, obcecada por livros e música, tocava  

clarinete e vivia de forma segura e feliz, à sombra de sua  

brilhante irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre  

de forma abrupta, Lennie é lançada ao centro de sua própria  

vida, e, apesar de não ter nenhum histórico com rapazes, ela  

se vê, subitamente, lutando para encontrar o equilíbrio entre  

dois: um deles a tira da tristeza, o outro a consola.

O romance é uma celebração do amor, também um  

retrato da perda. A luta de Lennie para encontrar sua própria  

melodia em meio ao ruído que a circunda é sempre honesta,  

porém hilária e, sobretudo, inesquecível.

 

capitulo 1

A vovó está preocupada comigo. Não só porque minha irmã Bailey  

morreu há quatro semanas, ou porque a minha mãe não tem  

contato comigo há dezesseis anos, ou até mesmo porque eu,  

subitamente, comecei a pensar em sexo. Ela está preocupada comigo  

porque uma das suas plantas está com manchinhas.

A vovó acredita, desde que me conheço por gente, que essa  

planta em particular, de espécie desconhecida, reflete o meu bem-estar  

emocional, espiritual e físico. E eu também cresci acreditando nisso.

Do outro lado da sala em que estou sentada, está vovó - com  

1,80 metro de altura, usando o vestido de estampa floral de costume,  

aproximando-se das folhas com manchinhas pretas.

- Como assim? Pode ser que elas não resistam desta vez? - ela  

pergunta ao tio Big: floricultor, viciado em maconha e aprendiz de  

cientista louco. Ele sabe de tudo um pouco, mas de plantas sabe tudo  

mesmo.

Pode parecer estranho a qualquer um, ou até bizarro, perceber  

que a vovó fica me encarando enquanto faz a pergunta, mas não é  

estranho para o tio Big, pois ele também está me analisando.

- Desta vez a situação é muito grave - a voz de Big ecoa como se  

estivesse em um palco ou em um púlpito; suas palavras têm peso, até  

mesmo "me passe o sal" sai de sua boca como se fosse a declamação  

dos Dez Mandamentos.

Vovó leva as mãos ao rosto, agoniada, e eu volto a rascunhar um  

poema no canto de uma das páginas de O morro dos ventos uivantes.  

Estou em um canto do sofá. É inútil dizer qualquer coisa, seria melhor  

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⏰ Última atualização: Jul 18, 2014 ⏰

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