Olhinhos de esmeralda

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Em Vent, no lado esquerdo da vila, numa pequena fazenda com algumas cabeças de gado e cavalos presos, jaz Léia, sobre uma cama revestida de lã de carneiro, coberta por um longo edredom de lã caseiro da própria fazenda. Acordada, cantarolava enquanto observava o grande teto de seu quarto de pedregulho, que, as vezes quando desfarela, cai em seu olho, provocando uma forte irritação que a deixa com muita raiva.

- Caminho pela floresta ouvindo seu rugido, ó Dragão, por que estás foragido? Seu choro ecoa, escondido e com medo, preciso o encontr-

Enquanto cantarolava uma musica, sua Mãe entra em seu quarto batendo forte a porta na parede, fazendo quase o cômodo inteiro tremer, como Léia, pelo susto.

- Filha, penso que estas se tornando um urso. Não é porque já é inverno que você tem que hibernar e nunca mais sair dessa cama!

- Meu deus mãe, que susto! Ok ok eu já entendi, não precisa ficar gritando desse jeito... Esta muito frio também, e eu não tenho muitos agasalhos. Dessa forma fica difícil de querer sair da cama!

- Se esse for realmente o problema da sua hibernação, iremos comprar um casaco bem quente hoje. Agora levanta logo e vem comer. O almoço já esta esfriando e virando comida de inseto.

Ela sai do quarto caminhando pesado e resmungando palavras como ''Pelos Deuses'' e ''Essa menina não leva jeito''.

Léia joga o cobertor para o lado, fazendo ele cair por completo no chão, levanta e coloca a pantufa que se encontra ao lado de sua cama e pega o gorro de crochê de uma mesinha de madeiro no lado direito da cama. Sai caminhando com a mão direita na parede raspando com as unhas, e depois coloca suas mãos embaixo do gorro, coçando os seus cabelos ruivos, que por sinal, já se encontram na região abaixo dos peitos, de tão grande.

Léia senta na ponta da mesa e apoia o braço, provocando alguns estalos na madeira. Encarando o prato de comida, que por sinal, havia todos alimentos que ela mais odiava: Fígado de boi, tomate, pão de trigo endurecido e um molho que ela não conhece, porem o gosto é cítrico e apimentado demais, para ela, isso já é o suficiente a se saber para odiar.

Olha para as paredes de pedra e vê sua mãe sentada na janela observando a grande floresta que rodeia a sua fazenda. - Mãe, eu definitivamente não quero comer isso de jeito nenhum. Não  tem mais algo não? 

 - Tem sim, mas não acha que você esta muito fresca? come isso logo e vamos sair para comprar o seu casaco... e só para te avisar que hoje sua Tia faz 47 anos, e por isso iremos comer hoje a noite na casa dela.

- Sério?! 

 Começa a comer a comida de forma forçada.

- Aquela tia das montanhas da praia e da cachoeira? aquele lugar é tão lindo e maravilhoso.

- Sim, é muito lindo mesmo. Agora termina logo ai, olhinhos de esmeralda, porque precisamos ir antes que chova.

Léia concorda sorrindo de boca cheia, e gritando de nojo por dentro.

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⏰ Última atualização: Jul 15, 2018 ⏰

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