Welcome to Corea.

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Como é ter 25 anos e sair do seu país de origem para tentar uma vida que talvez não dê certo em outro país? Um país com uma cultura totalmente diferente da minha - da qual eu sempre fui fascinada - e um preconceito altíssimo com ocidentais, entre diversos outros aspectos. Se vai dar certo tudo o que eu planejo? Não faço a mínima ideia, mas para sabermos se irá dar certo precisamos tentar. E aqui vou eu, Eduarda Miller com apenas um pouco de coreano no cérebro e muitos sonhos na bagagem.

Me distraio ao som de Bruno Mars, enquanto arrumo minhas malas para o tão esperado dia. Me entrego ao momento nostalgia que a música desperta, lembrando-me de cada momento neste lugar, cada amigo, namorado, cada familiar... Seria mentira dizer que não dá aquele aperto no peito. Mas preciso viver minha vida, meus sonhos, há dois anos me formei em Administração e arrumei um emprego bom o suficiente para me dar uma vida estável, e assim pude planejar minha tão sonhada ida para fora do Brasil. De início não sabia para onde eu queria ir exatamente, embora sempre houvesse aquela vontade de ir para a Coréia, nunca pensei que moraria lá, mas parece-me uma boa ideia investir em algo absurdamente insano.

Por que insano? Bom, asiáticos tem um amor profundo por sua individualidade, vamos dizer assim, para o resto do mundo todos eles são iguais, mas entre si cada um é diferente. E eles recriminam aqueles que tem sua pele um pouco mais bronzeada, aqueles acima do peso, eles tem um padrão e não vêem problemas em apontar isso nos outros. Um dos países mais preconceituosos do mundo, e eu louca estou com passagem sem volta para lá.

(...)

Finalmente aqui estou eu a espera do embarque para minha tão sonhada jornada, ao que parece. Me sinto como Bilbo Bolseiro pronta para entrar em uma loucura com anões e um mago. Talvez seja como a história, milhões de coisas irão acontecer, mas no final acabarei com amigos e uma boa história para meus netos, só que sem um anel mágico.


Passageiros para o Voo 749 - Coréia do Sul, embarque no portão B.

Pego minha mala de mão e me dirijo ao portão B, radiante e ao mesmo tempo nervosa. Nunca andei de avião na minha vida e logo na primeira vez, estou indo para o outro lado do mundo, irônico não?! Entrego meu cartão de embarque junto ao meu documento e assim minha passagem é liberada, começando a revista pelo detector de metal enquanto minha bolsa passava pelo raio-x. Tudo estando nos conformes, me dirijo para embarcar finalmente.

Já instalada em minha poltrona posso finalmente relaxar - pelo menos até o avião decolar - e aproveito esse momento para tirar fotos dentro do avião e da janela, porque não seria eu se não tirasse fotos de tudo. Interrompo minha sessão de fotos ao notar que já iríamos decolar e não havia ninguém que eu pudesse me agarrar para não sentir medo desse trambolho cair e acabar com os meus sonhos. Seria uma longa viagem...

(...)

Acordo assustada ao ter a aeromoça me chamando e dizendo que já havíamos chego, pego minha mala de mão e me encaminho ao desembarque, faço os procedimentos e pego minhas bagagens carregando-as com certa dificuldade para fora do aeroporto, necessitando de um táxi que logo aparece para me socorrer.

E cá estou eu dentro do táxi olhando pelas janelas essa cidade maravilhosa, Seoul iluminada, deslumbrante, nunca pensei em toda minha vida que veria essa imagem tão bela pessoalmente.

(...)

Fazia exatamente duas semanas que cheguei em Seoul, as economias que eu tinha guardadas não durariam eternamente e eu precisava de um emprego urgentemente, porém das cinco entrevistas de emprego que fiz apenas uma ficou de me retornar e devido aos dias de espera, acho que não irão entrar em contato. Frustada, bufo e continuo olhando as vagas disponíveis no site, até que uma me chama atenção, anoto o endereço preparo meus documentos e aproveito o dia ter começado para ir a essa entrevista.

Fifth Shades of my Hystory with Park JiminWhere stories live. Discover now