Princesa // Sasusaku +18

Capítulo I

O relógio na parede indicava 3:39 da manhã, ele passará a noite e parte da madrugada naquele lugar. Jogando e bebendo, era um grande cassino, só homens tolos com a carne fraca estaria naquele local. As dançarinas em volta balançavam para todos os lados, ao ritmo da música alta que soava ali. Bom, não tão alta já que era possível ouvir cada respiração que o velho a sua frente soltava.

Seus cabelos mal cuidados e grisalhos estavam opacos mesmo com as luzes que coloriam a extensão do lugar. Seus olhos vibravam de carta em carta, de libra a libra. Seu suor demonstrava como estava inquieto e preocupado.

Ele sabia que a próxima mão seria algo decisivo, algo que mudaria sua vida. Pra melhor ou apenas arruinaria o resto dela.

Os olhos verdes e dilatados corriam os montes de carta. O dinheiro ao seu lado já não era o suficiente, ele sabia que mesmo ganhando, não conseguiria pagar tudo o que devia ali. Mas foi tolice sua achar que poderia se envolver com essas pessoas, erro ao achar que alguém como ele, sem trabalho, com dívidas maiores do que ele jamais imaginaria, pudesse ser amigo deles.

Mafiosos.

Só se importavam com dinheiro, somente em quanto conseguiriam faturar atraindo aqueles coelhinhos frágeis para suas garras. Quantos conseguiriam enganar com palavras vazias. Todos em Londres sabiam desse risco, mas tentando a sorte muitos arriscavam.

Kizashi foi um dos que arriscou.

- Mesmo que consiga essa rodada Kizashi, não sairá daqui tão fácil como acha- o homem de terno cinza a sua frente falou em voz estridente quase zombando do desespero aparente do grisalho.

- E se eu apostasse outra coisa ao invés de dinheiro?- a saliva desceu de modo dificil em sua garganta.

- E o que seria melhor do que dinheiro?- Kizashi se mexeu ajeitando-se na poltrona de couro, levando sua mão para dentro de seu bolso tirando de lá um celular velho e trincado.

-Eu tenho algo que vale bem mais do que essa aposta, e se eu perder pode ficar, não faz muita diferença pra mim.

Sua mão passou sobre a tela e um sorriso desdenhoso surgiu em seu lábios.

- Essa daqui vale muito- o homem a sua frente estreitou seu olhos e observou a foto a sua frente. Uma menina linda de olhos verdes o encarava pela tela.

- E essa quem seria?- seu sotaque foi mais agudo. Demonstrava um interesse na jovem.

- Minha filha. Se eu perder ao invés de tirar minha vida, você pode se encarregar da dela.

Uma grande risada foi ouvida pelo local.

- Entregaria a sua filha para mim só pra salvar seu pescoço? Que ótimo pai Kizashi.

- Não me importo. Ela não faz nada pra mim, ela nunca foi mesmo a minha filha, eu nunca gostei da vadiazinha, desde que nasceu. Eu queria um menino mas o que eu recebi foi ela. E agora, pelo menos uma vez na vida ela fará algo que presta.

- Como quiser, mas saiba que não tem mais volta.

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Eram cerca de 8 horas da manhã, uma casa pequena e com a tintura gasta os poucos móveis que tinham pelos cômodos eram velhos e com rachaduras.

O silêncio pairava por breves momentos. Em um quarto rosa pairava sobre a cama uma garota de cabelos longos e rosas dormindo. Seu rosto era um dois mais belos que já se vira, parecia um anjo. Os lábios cheios e vermelhos chamavam a atenção, os cílios eram longos e escuros os davam a seu rosto um aspecto delicado e infantil. Ela estava enrolada em um cobertor fino e marrom, com os cabelos jogados pelo travesseiro.