Prólogo

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A Guerra acabou. Finalmente o menino-que-sobreviveu e seus amigos podem viver em paz e seguir com suas vidas. Voldemort está morto e os comensais estão sendo caçados e presos. Os que foram julgados e inocentados tentam continuar suas vidas de maneira discreta e completamente fora de holofotes.

Dois meses após a Guerra, Harry Potter se muda com sua namorada, Gina Weasley, para uma das heranças que seu padrinho, Sírius, o deixara, a casa dos Blacks. Com sua própria casa e seu emprego como auror (conquistado graças a sua atuação na Batalha de Hogwarts), conseguiria, perante o Ministério da Magia, criar Ted Lupin, com guarda compartilhada com a avó do novo mini-maroto (apelidado por Harry), Andrômeda Black Tonks.

Uma semana após a mudança, chega uma carta, via correio-coruja, do Ministério, convocando Harry a uma reunião com o tema do apadrinhamento. Com Ted em mente, Harry acha estranho, pois acreditava ter todas as questões relacionadas ao afilhado resolvidas, mas não questionou, foi à reunião na data e hora marcadas.

P.O.V.- Harry J. Potter

Chegando ao Ministério, fui recebido por Kingsley, que me levou até sua sala. Chegando lá, meu amigo e mais novo Ministro, me ofereceu chá e biscoitos, mas não aceitei, estava ansioso demais para descobrir do que se tratava essa “reunião”.

--Então Harry,-- começou Kingsley – o que vou te dizer agora pode ser um choque mas escute com atenção. – A partir daí já comecei a ficar nervoso, pensei no pior, é claro.

-- O que aconteceu? Houve algum problema com a adoção do Ted?

-- Ah... Não não, não vamos falar de Ted hoje... Vamos falar sobre sua afilhada... – O interrompi, já não entendia mais nada.

-- Afilhada?! Como assim, afilhada?! Não me lembro de ser convidado para ser padrinho de mais ninguém além do Ted! Deve estar brincando, não está? – Estava totalmente confuso. Ele só podia estar brincando, afinal se alguém tão próximo tivesse filhos, teria me avisado, não teria?

-- Não Harry, não estou. Pelo que sei, ela é filha de Sírius Black, nasceu poucos dias antes da Guerra. Não sabemos quem é a mãe, infelizmente.

– Sírius? Como assim Sírius tinha uma filha? Meu cérebro começou a se tornar um verdadeiro nó.

-- Sírius não teve filhos. – Kingsley apenas me encarava, esperando minha ficha cair. – Não que ele tenha me contado... – Sussurro olhando o além. Seria mesmo possível ele ter escondido isso de mim? – Como ele pôde não ter me contado? E mesmo assim me deixou como padrinho! – Eu não estava realmente bravo, estava mais para surpreso. – Você realmente não sabe de mais nada?

-- Gostaria de saber mais que sei. – Continuo encarando o além com uma expressão dura. Sou tirado do meu torpor pela voz calma do Ministro. – Eu sei que pode parecer meio confuso por enquanto.

-- Meio confuso?! Se as circunstâncias não fossem essas, eu diria que isso seria totalmente impossível.

-- Circunstâncias ? – Ele pergunta com uma sobrancelha arqueada.

-- Apenas o fato de eu descobrir ser um bruxo, que existe um mundo mágico inteiro escondido dos “trouxas” e nele eu sou o famoso “menino-que-sobreviveu” da maldição da morte do bruxo das trevas que matou os meus pais. Ainda não sendo suficiente, o mesmo bruxo tenta voltar dos mortos durante toda a minha vida escolar, quando eu finalmente poderia viver em paz com pessoas que gostam de mim, e tenta me matar a todo momento. No final acabamos todos envolvidos numa Guerra, e cada vez mais descubro que eu realmente não sou apenas o Harry, mas um bruxo extremamente poderoso, consigo matar o Voldemort e várias pessoas que amo morrem. Essas são as circunstâncias.

-- Harry, eu sei que deve estar com raiva. Depois de tudo o que aconteceu , a última coisa que você precisava era mais um problema. Se não puder ficar com ela, podemos achar outra pessoa... – Ele parou, olhou para os lados e suspirou. – Sinceramente, acho que deveria pensar nisso muito bem, você seria a melhor opção para ela nesse momento. Para você poderia ser uma maneira de recomeçar. – Ainda atordoado, tento fazer o que ele me disse, pensar sobre a situação. Devia ser rápido. – O nome dela é Lynx Andrômeda Black. Só tem dois meses de vida e... – O interrompi novamente, minha mente ainda trabalhava em uma resposta.

-- Como sabe que eu sou o padrinho dela? Sírius contou para você antes de... morrer?—Sussurrei a última palavra, ainda não havia superado a morte de meu padrinho durante a Batalha de Hogwarts. De repente as memórias do dia fatídico voltaram a minha cabeça.

Flashback ON

Quase todas as Horcruxes já estavam destruídas, só faltava a cobra. Enquanto isso eu duelava contra Voldemort. Sírius entrou no duelo para me ajudar. Dois contra um, parece injusto, mas não quando esse um é apenas o maldito Lorde das Trevas.

Antes do cara-de-cobra desferir mais algum feitiço contra nós, me virei para meu padrinho, que estava forte e concentrado ao meu lado, como se fosse capaz de acabar com qualquer um que lhe ameaçasse.

-- Até o fim? – Perguntei-lhe, querendo confirmar sua presença ali, comigo.

-- Estarei ao seu lado, filhote. – Ele confirma com um sorriso no rosto.

Avada Kedavra.

Foram as últimas palavras que escutei da boca suja de Voldemort antes de meu padrinho cair inerte, a maldição da morte o atingiu em cheio.

Caí de joelhos ao lado de Sírius . Chorei e gritei, esperando que ele acordasse com o ato, mas nada aconteceu. O desespero me tomou ao ver seus olhos cinzas sem vida nenhuma.

Olhei para frente e vi o desgraçado caindo de joelhos com o olhar fosco. Aconteceu, sua última Horcrux foi destruída. Não hesitei em levantar e garantir seu último duelo antes de lhe matar.

Uma dor indescritível me acertou. Eu queria ter dito muito mais que “ até o fim”, eu poderia ter falado muito mais, que ele foi e sempre será como um pai para mim, que tudo o que ele fez por mim nunca poderia ser devolvido, pois foi demais, mas eu tentaria ao máximo. Queria ter dito uma última vez que o amava. Queria escutar suas histórias da época que estudava com meu pai e Remo um milhão de vezes, poder acordar com as músicas que ele colocava na casa desde cedo, mas sem reclamar, ver ele planejar ideias absurdas e não poder impedi-lo de jeito algum. Meu padrinho sempre teve um parafuso a menos, o que o deixava mais engraçado.

Agora, tudo isso se foi, ele se foi. Nunca mais teria nada daquilo. Foi tudo pior quando percebi que Remo e Tonks se foram, Fred se foi. Ganhamos a Guerra, mas a que preço?

Flashback OFF

-- Sírius te deixou este convite. – Voltei para a realidade com a informação dada por Kingsley, que me estendeu um envelope, peguei e guardei no bolso interno de minha jaqueta. Leria com calma, em casa.

-- Uma maneira de recomeçar, você disse? – Repito o que ele havia me dito anteriormente, tentando convencer a mim mesmo de minha decisão, agora já tomada. – Eu me responsabilizo pela filha de Sírius. Eu nunca teria raiva dele, ele era meu padrinho, meu pai, deve ter tido um bom motivo para não ter me contado. – Meu amigo abre um sorriso vitorioso.

-- Está fazendo a coisa certa, Harry.


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