Prólogo

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Me sentia como se estivesse vivendo um sonho muito longo, onde parecia não acabar. Aquele sonho realista e sentimental, que parecia nunca ter fim, diria que estava vivendo um dos meus piores sonhos; em outras palavras, diria que estava vivendo em um pesadelo.

  Ainda me lembro de tudo, da corrida para fora de casa, da chuva fina e fria que caia sobre a cidade deserta; Eu queria fugir. 

 Enquanto corria as lembranças dela apareciam como em um filme confuso com um roteiro mal-elaborado, me via acariciando seus cabelos ruivos enquanto ela mexia de leva na minha barba por fazer. Em seguida nos vi correndo pela rua de madrugada, mesmo com tantos perigos do lado dela me sentia seguro de tudo.

Como ela fez isso comigo? Como ela pode ir embora? - Perguntas que não saiam da minha cabeça.

 De uma coisa eu sabia, nada daquilo parecia certo. Andando pela plantação as quatro da manhã, apenas eu e minha mochila, iluminando o caminho escuro com a lanterna de meu celular. Ainda me lembro do forte perfume de café, a luz iluminando aquelas pequenas frutas vermelhas que, na medida em que me locomovia por entre as vastas folhagens, iam caindo sobre o chão.

Vermelho. - Era a cor das manchas nos meus sapatos, a cor que preenchia meus olhos repletos de lágrimas, do sangue que corria dentro de mim.

 Foi ai que vi, realmente algo estava muito, muito errado.

Uma carta? - Peguei-a na mão, estava perdida dentro da plantação. - Manchas vermelhas.

 Li as primeiras palavras daquele pedaço de papel e senti que agora as lembranças deram lugar ao desespero. As primeiras palavras diziam:



 Temos muito o que conversar Arthur...


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⏰ Last updated: Jul 17, 2018 ⏰

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