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No mundo á pessoas tão diferentes; aparência, personalidade, modo de viver, tudo é diferente. Nada disso é um mistério, então, porque todo esse preconceito? Se todos somos diferentes por que certas pessoas sofrem tanto por ter ou ser algo que a diferencia das demais?

Na minha cabeça tudo novo deveria ser admirado. O "comum" é muito chato, é tão... Comum e sem graça, qual a graça de algo que vemos todos os dias? Porque é tão difícil aceitar algo que se sobressaia?

Nós temos a resposta.

Egoísmo.

Parece até mais um daqueles discursos de uma pessoa aleatória no YouTube, mas eu te digo que eles estão certos.

Eu me lembro de ter lido uma matéria do Scientific American, escrito por Adrian F. Ward. Publicada no ano de 2011. Em 18 de maio de 2013, às 13h06, eu estava lendo matérias aleatórias, estudando, tinha lido sobre mitos que muitas pessoas acreditam até hoje, passar creme dental em queimaduras não faz bem, pessoal. Aliás, quem é o idiota que achou que creme dental melhoraria queimaduras?

"Um novo conjunto de estudos fornece dados convincentes que nos permitem analisar a natureza humana não pelo caleidoscópio de um filósofo ou pela câmera de um produtor de TV, mas pelas claras lentes da ciência. Esses estudos foram realizados por um grupo diverso de pesquisadores de Harvard e Yale - um psicólogo do desenvolvimento com formação em teoria evolutiva dos jogos, um filósofo moral que virou psicólogo, e um biólogo-matemático - interessados na mesma questão essencial: se nosso impulso automático - nosso primeiro instinto - é agir de maneira egoísta ou cooperativa."
-Scientific American, Nastari editores. Adrian F. Ward.

Não precisamos de nenhuma confirmação da ciência para perceber algo tão nítido, mas é bom sempre ter fontes confiáveis para acalmar a boca de um idiota.

Parece que me animei, não é mesmo? Gosto de relembrar matérias e fatos toscos que não muda nada na vida de ninguém.

Baratas podem viver até nove dias sem a cabeça, elas respiram por estruturas chamadas espiráculos

As lembranças são mesmo a parte boa de tudo isso.

Errado.

Como eu queria esquecer o dia em que eu caí de bunda no chão, na frente de um crush. Ou quando eu peidei em alto e bom som na sala de espera da clínica em que eu me consultava regularmente, eu estava com muita dor de barriga.

Foi os piores dias da minha vida -pelo menos era o que eu achava na época, adolescente são tão dramáticos, agora eu estou rindo sozinho lembrando disso.

"Meu filho? Hey, estou lhe chamando." Escuto minha mãe me chamando.

"O-oh, eu tinha me perdido nos pensamentos de novo, me desculpe." Dei-lhe um sorriso gentil. Minha mãe era a única que me compreendia, ela me apoiava e ria de todas as vezes que eu soltava um fato insignificante.

Quando o celular cai na privada, a privada é contaminada - ao menos que você não tenha dado a descarga. E é por isso que estou sempre limpando meu celular com um pano umedecido e álcool em gel, prefiro não pesquisar muito sobre isso.

"Mãe a senhora sabia que..." Sou interrompido.

"Meu filho está passando o meu Dorama preferido, agora é a hora que você shhhh." Ela estica seu dedo indicador na frente dos lábios e faz esse barulhinho ridículo. "É hora de ficar caladinho."

Automaticamente meus lábios se formam em um bico e pergunto: "Sem fatos que não vão acrescentar em nada na sua vida?"

"Sem fatos que não vão acrescentar nada em minha vida." Disse por fim.

Vou até a cozinha para pegar minha garrafa térmica na geladeira, ando em direção a varanda e sento no balanço que tinha ali. Em minha frente tinha uma mesa que me acompanhava em minhas tardes entediantes à 2 anos, 8 meses e 3 dias.

Me balanço na cadeira e começo a escrever.

"Dia 27 de setembro de 2023, 09h32."

Eu costumo anotar datas aleatórias e anoto o horário, a data e uma frase aleatória para falar para minha mãe.

"Batata doce é bom, aceita que dói menos, dois beijos."

Continuo anotando coisas aleatórias e refrescando a memória, até que escuto um pigarreio. Levanto meu olhar e vejo um garoto de cabelos loiros, boné rosa e camisa da mesma tonalidade, parado na calçada, sua voz logo se fez presente de forma simpática e doce:

"Com licença, acho que estou meio perdido," o homem sorri sem graça. "poderia me dizer onde mora a senhora Kim Yeji?"

Sorriu pequeno e - calmamente - repouso meu caderno e o lápis na mesinha bem detalhada, me levanto sentindo meu corpo pesado e ando em direção ao cercadinho também branco de minha casa. O homem a minha frente era diferente, e eu admirava tudo que era diferente. O mesmo se curva em sinal de respeito e eu imito sua ação, logo falando mais do que deveria:

"Olá, se eu não me engano ela mora no final da rua, na caixa de correio rosa está escrito o número 506, uma cachorro da raça Maltês ele está sempre brincando com um osso de brinquedo da marca Puppy Chew a essa hora." Tento disfarçar meu desconforto ao perceber seu olhar arregalado pela informação nada útil que acabei por falar.

"Você a conhece?" Perguntou, rindo suavemente, não parecia mais tão surpreso, estranho...

"Minha mãe e a senhorita Yeji são muito amigas."

"Senhorita Yeji?" Perguntou rindo mais um pouco, impossível não o acompanhar. "Só minha mãe para pedir que um jovem bonito e simpático como você que a chame assim"

Alerta! Cérebro funciona agora, põe tudo que você aprendeu em revistas adolescentes agora. Ele está flertando com você, puta que pariu!

Mas... Omma disse que aquelas revistas só dizem bosta, então vou agir naturalmente.

"O-obrigado, sua mãe é realmente uma figura. Gosto de passar minhas tardes com ela e discutir sobre política e tempo." Imagino uma duplicata minha me batendo, por que eu realmente mereço depois de gaguejar como um idiota, e ainda falar que gosto de conversar sobre o tempo.

Alguém me soca?

"Espero nos vermos novamente, talvez até conversar sobre o tempo, o que acha?"

"Ótimo! Acho uma boa i-idéia." Nos despedimos e espero ele chegar na casa desejada, corro - tento - para a varanda e escrevo o seguinte:

" Dia 1 de janeiro de 2020, as 10h30."

"Espero que escreva o quão o menino de cabelos loiro é maravilhoso como namorado."

{Notas Finais}

Hello!

Essa fanfic é realmente diferente do que estou acostumada a fazer, relevem qualquer erro.

Um pouquinho sobre Hipertimesia quando alguém queira saber:

Hipertimesia é uma doença que a primeira vista parece ser super legal mas convenhamos que se lembrar de um mico ou algo triste toda a hora é simplesmente horrível.

Estima-se que pelo o menos 60 pessoas no mundo tem essa doença, isso as trás cansaço, insônia, dores no corpo e principalmente na cabeça, não duvido nada que essas pessoas muitas vezes desenvolvem doenças psicológicas.

Queria lembrar que eu não sou nenhuma especialista, sou apenas uma adolescente que achou essa doença muito curiosa e resolveu escrever sobre ela.

Em fim, talvez essa fic não tenha tantos capítulos, quero algo mais fluffy e descontraído, um clichêzinho não faz mal a ninguém.

Bae, menor que três.

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