Felipe não sabia o que pensar de tudo aquilo. Toda sua vida achava que era uma coisa, um rapaz pobre, que tinha sonhos sim de trabalhar em algo que ajudasse sua avó quando tivesse idade, mas depois desse dia ele se tornara algo além da sua compreensão. Ficou passando seus 11 anos de vida em sua cabeça e tudo que fizera, pensando em coisas estranhas ou que indicassem ter algum poder oculto, mas praticamente tudo poderia ser explicado como obra do acaso ou coincidências, como da vez que caiu da laje do Gabizinho e lá no chão bem onde ia cair, estavam guardadas os cascos de cerveja do pai dele, mas por algum motivo Lipe caiu em cima da areia fofa da obra. Foi o vento claro! Apesar do pai do Gabisinho dizer que naquele dia foi deus que o fez desviar. O homem tinha visto o momento da queda. Depois de alguns momentos de conversa entre Vanessa, Dona Odete e Teresa. Vanessa perguntou se Lipe queria ir. O rapaz ficou surpreso, pois achava depois de tudo aquilo que tinha que ir. Mas Vanessa disse que apenas ele poderia decidir, já que a carta era endereçada a ele e ele sempre poderia recusar. Lipe estava com medo, mas por fim decidiu que iria. Vanessa se despediu, dizendo que em breve ele receberia outra carta, só quue dela, para marcar o dia em que iriam fazer as comprar do material e foi embora dizendo que ainda teria que fazer outras duas revelações como aquela. Felipe ficou imaginando como as outras crianças e suas famílias reagiriam a tudo aquilo e se tinham historias malucas como aquela que ficou sabendo. Sua mãe incrivelmente disse que dormiria ali aquele dia e não em sua casa. Pelo visto tinha muita coisa pra conversar com Dona Odete. Depois de recolher as moedas e as pôr de volta na caixa, Felipe levou seu tesouro para seu quarto onde quardou debaixo da cama. Tinha passado horas desde que saíra da escola contente por ter passado de ano e por ter ganhado um tênis novo e o sol da tarde de dezembro torrava a cabeça de quem estava lá fora. Alguns fogos foram ouvidos ao longe junto com alguns tiros, mas Felipe estava inquieto com tudo aquilo na cabeça então resolveu sair. Pela primeira vez esqueceu de dizer para a avó que sairia tamanho era sua distração. Andou pelos becos que conhecia no automático. Pensou em ir ver algum coleguinha, mas foi prevenido por Vanessa a não contar nada daquilo, pois mesmo o governo bruxo tendo se aberto, a existência do mundo magico era segredo absoluto e tinha leis internacionais que regulavam isso. Felipe nunca saiu da linha uma vez só, mesmo morando no meio de algumas má influências e não deixaria de sair agora, principalmente por que uma curiosidade gigante crescia dentro dele para conhecer esse mundo de onde seu avo veio. Felipe parou abruptamente ao esbarrar em alguém muito sujo e mal cheiroso.
— Olha por onde anda garoto.
Disse o homem de barba grisalha, farta e emaranhada. Felipe reconheceu imediatamente o Seu Xico Traça. Um senhor que vive num barraco mais pra cima do morro, vivia bêbado e gritava com as crianças que chegavam perto dele e de sua casa. Como sempre, vivia acompanhado de seu feio cachorro que tinha uma deformação na cauda. O bicho rosnava pra todo mundo que passava menos pra Felipe. Mas mesmo tendo a simpatia do cachorro, Felipe mantinha distância sempre que podia principalmente por ele ter rosnado para sua avó. Olhando severamente para Felipe, Xico Traça disse em sua voz rosnada e rouca pela cachaça e o cigarro.
— Sabe onde está moleque?
Disse apontando para uma bifurcação a frente. Felipe engoliu em seco. Depois da bifurcação ficava uma das casas onde os traficantes se reuniam. Na mesma hora se virou e voltou pra casa. Tomou outro banho por conta do calor e pelo cheiro que pegou por ter esbarrado em Xico Traça e se deitou pra ver TV, achando que 1 de Março não chegaria nunca.
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Bem Vindo à Castelobruxo
FantasyFelipe, Letícia e Bernardo, não se conhecem mas tem algo em comum, os três não faziam a menor ideia de que eram bruxos até uma mulher misteriosa os visitar e os convidar para estudar na Escola de Magia Castelobruxo! Baseado no Universo de Harry Pott...