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Ela era diferente de todas as outras raparigas da escola. Ela era a rapariga mais bela que eu já tinha visto na minha vida. Ela tinha longos cabelos loiros, delicados e brilhantes. Os seus olhos eram do verde mais bonito. O seu sorriso era dos mais belos de sempre. Ela tinha um sorriso tão lindo, mas tão falso. Eu nunca tinha falado com ela desde que ela chegou ao liceu. Mas eu consigo perceber o quanto o sorriso dela é falso. Que por mais que os seus olhos brilhem, eu consigo ver a dor através deles. Ela era uma adolescente que tinha sofrido demasiado, ou que ainda sofre. E parece que ninguém consegue ver isso, ou se vê, simplesmente não quer saber.

Eu gostava de poder falar com ela, eu queria descobrir a sua história, e tudo o que os seus olhos e o seu sorriso escondia. Mas ela nunca me daria essa oportunidade. Ela era fria como a gelo, bela como a neve. Só as pessoas mais próximas dela é que conheciam o seu verdadeiro "eu". Eu não acredito que ela seja fria com todos. Pelo menos não com os seus amigos verdadeiros. Que eu creio que sejam só uns dois.

Eu queria conhece-la. Poder falar com ela. Já lá vão três anos que eu sou apaixonado por ela. E ela nunca sequer me dirigiu a palavra, e eu tinha medo de o fazer. Eu não queria ser rejeitado. Eu queria ser a sua ancora, o seu ponto de abrigo, o seu melhor amigo, o seu namorado, o seu tudo. Eu só queria ser dela.

A minha doce e amarga Lydia Martin. Tão bela quanto o seu nome.

Ainda não me apresentei, o meu nome é Dallas. Cameron Dallas. Eu não sou um daqueles nerds, não tenho nada contra eles, também não sou um dos populares. Sou apenas uma rapaz normal a viver os seus anos no liceu. O que era suposto ser os melhores anos na vida de um adolescente. No meu caso, não é bem assim.

Eu perdi os meus pais muito novo. Eu tinha apenas 8 anos quando eles partiram. Eles estavam em casa de uns amigos, quando a casa incendiou. Sem nenhum sobrevivente. Eu podia ser apenas uma pobre criança inocente, mas eu já era diferente. Eu sabia o que aquilo significava. Eu sentia a dor. E eu não passava de uma criança. Fui viver para um orfanato porque ninguém da minha familia queria ter o fardo de criar uma criança orfã. A minha sorte foi que a melhor amiga da minha mãe me adoptou. Ela não podia ter filhos, e aproveitou a oportunidade. Eu estou-lhe muito grato por isso.

Eu amo a minha familia, apesar de não ser a biológica, eu amo-a. Deram-me tudo o que uma criança e um adolescente pode querer, mas acima de tudo, amor e carinho.

Eu já sofri muito, com a perda dos meus pais, e com o maltrato que recebi no mês que estive no orfanato, mas posso dizer que sou um rapaz feliz. Mas só falta ela a meu lado para ser a pessoa mais feliz do mundo.

A maneira como ela se move é tão delicada. Ela parece um anjo. A maneira como ela fala, como se fosse uma princesa. E na realidade, ela é uma princesa. A minha princesa, ela só não o sabe ainda.

Como é que é possivel eu amar assim tanto alguém desta maneira? Eu nunca tive a chance de poder sentir a sua pela contra a minha, o calor do seu corpo. Nunca troquei uma simples palavra com ela, mas mesmo assim, eu amo-a com tudo o que tenho. Com todas as minhas forças, com toda a minha alma, e com todo o meu coração. Eu amo-a tanto que até chega a doer. Eu amo-a incondicionalmente. Acima de tudo e todos.

Eu morria por ela, eu punha-me a frente de uma bala por ela, eu faria de tudo só para ver um sorriso verdadeiro na sua doce face.

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Era o primeiro dia de aulas do terceiro periodo, por muito que eu seja um aluno aplicado, eu estava farto de escola. A única coisa boa da escola, é que posso ver a Lydia. Sai do autocarro, e andei um pouco até chegar aos grandes portões da escola. Ao longe pude ver Luke. Luke Eastwood, o meu melhor amigo desde criança. Caminhei calmamente até ele, e quando cheguei fizemos o nosso tipico toque.

- Então, pronto para mais dois meses de escola? - perguntou.

- Posso ver a Lydia, por isso já sabes que sim.

- Tu e a tua obsessão por essa miúda. Estás a dar cabo de ti próprio. Faz que? 3 anos que gostas dela e nunca lhe falas-te? És um cobardolas Dallas.

- Eu tenho medo de ser rejeitado.

- Nunca saberás se não tentares.

Ele tinha razão. Eu sou um cobardolas. O medo de tentar nunca me impediu em nada, mas não quando o assunto é Lydia Martin. Ai sim, eu tinha medo de tentar, e no final, nunca tentava.

Ficamos a falar sobre assuntos variados, sobre o tempo, sobre o jogo da próxima semana, e como sempre fizemos apostas sobre as equipas.

Olhei para todos os lados para ver se encontrava Lydia, até que os meus olhos a econtraram. Perfeita como sempre. Os seus cabelos estavam mais brilhantes. Ao contrário dos seus olhos, os quais que estavam escuros. Algo se passava. E não havia vestigio de um sorriso no seu rosto. Eu tinha que descobrir o que se passava com ela.

Eu tenho que falar com ela. Eu vou falar com ela hoje, eu tenho que fazer isso.

Unconditional LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora