UM

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Saindo do mercado, caminhei ao lado do garoto desconhecido por um longo tempo em silêncio, até que todo aquele clima silencioso e frio foi quebrado por um:

-Então, qual é o seu nome? perguntou-me.

-Ah, me chamo Austin e você?

-Prazer, eu sou August mas pode me chamar de Gus, é mais fácil.

-Tudo bem, assenti.

continuamos caminhando e Gus na tentativa de continuar a conversa, começou a contar sobre onde morava e qual era a sua vida em Everett.

-Sabe, moro próximo aquela rua em que tem os cachorros bravos e a padaria Jackson, de frente com uma loja de vinil. Meu pai vive dizendo que aqui é uma ótima região para viver mas eu não concordo - disse ele.

Após uma curta pausa, disse em seguida:

-Então, garoto dos cookies, você..

antes mesmo que Gus pudesse continuar a dizer o que ia dizer, cortei-o e falei:

-Meu nome é Austin.

-Oh, me desculpe, austin, eu havia esquecido.. Mas então, quantos anos você tem? - disse.

-Tenho 17 e você? - perguntei.

-Hmm, 18, acho que sou apenas um ano mais velho.

- Pois é - respondi dando de ombros.

Apesar da conversa ter sido curta, todo o tempo passou muito rápido. Talvez um meteorito poderia ter caído em meio aquele diálogo curto e confuso, mas por incrível que pareça, tudo continuou normalmente e eu não surtei de nervoso por estar conversando com um alguém desconhecido.

Foi então que por um momento, após ter parado de pensar nas milhões de possibilidades de tudo dar errado naquele dia, consegui ver Gus nos olhos e examinar detalhadamente sua beleza. Ele tinha um sorriso que ia de ponta a ponta até as suas covinhas nas bochechas.

O cabelo dele tinha um tom castanho, escorridos e brilhosos, provavelmente melhor do que o de muitas garotas que já vi. 

-Garoto do cookie? - Ele disse, passando a mão em frente ao meu rosto para ver se estava vendo-o.

Foi então que notei a minha ausência naquele espaço tempo. Estava realmente hipnotizado com a beleza dele, que outrora sequer tinha notado.

-Desculpe, estava pensando em uma coisa e acabei viajando - respondi, ainda sem graça.

-É, eu notei. Você parecia uma estátua - ele respondeu, dando uma leve gargalhada.

-Hey, eu ja lhe disse que meu nome é Austin - disse-lhe, lembrando da frase anterior.

-Desculpa, eu esqueci de novo - ele respondeu, dando uma coçada na cabeça e com expressão de constrangimento.

-Tudo bem - respondi revirando os olhos disfarçadamente.

Gus foi parando lentamente e nem me dei conta de que logo a frente era sua casa. Uma residência amarela com tons cinzas e marrons. Parecia ser muito grande por fora, cerca de seis ou sete cômodos, uma casa que poderia abrigar uma família inteira.

-Bem, Austin, foi um prazer conhecê-lo, eu moro aqui. - disse-me.

- Igualmente, Gus. - respondi de volta.

Cumprimentamo-nos e virei-me indo em direção a minha casa, mas como da primeira vez, Gus gritou após eu ter dado cerca de cinco passos.

-Hey, Austin, espera.

Virei-me e parei, esperando-o vir até mim.

Ele veio dando uma leve corridinha, e disse:

-Austin, você tem WhatsApp?

-Hmm.. tenho (??) - respondi em entonação de dúvida.

-Posso te chamar? - Perguntou.

Confesso que fiquei surpreso com o pedido, afinal, Gus não foi totalmente agradável de início, mas não hesitei em passar.

-Você está com seu celular aí? - perguntei.

-Sim, estou sim, pode falar.

-Beleza, anota ai.


Gus e AustinOnde histórias criam vida. Descubra agora