Black Halls

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Estava meio atordoado procurando Julia em meio àquela multidão, quando uma garota de cabelos escuros e longos esbarrou em mim e derramou uma bebida de menta em minha camisa.

— Olha o que você fez garota! — Disse muito furioso. Naquele momento estava explodindo de raiva e muito constrangido! Tinha armado aquele circo todo por causa de Julia e não estava a encontrando.

— Desculpa foi sem querer! — Disse a moça, bastante nervosa.

— Da próxima vez olhe o que está fazendo, ouviu?

— Eu já pedi desculpa, seu grosso! Respondeu-me com um olhar fulminante (se ela tivesse aquele olhar de calor igual a do super-homem eu tinha virado torradas naquele instante) e foi embora.

Completamente frustrado, já me preparava para ir embora quando escutei chamar o meu nome:

— Gabriel! Gabriel! — Era Julia. — Meu Deus, finalmente te encontrei! Menino que loucura foi essa hein!? Me diz, como você está? Você se machucou muito?

— Nada de mais, só alguns arranhões e umas manchas roxas! — Disse com ar de bravo e valente.

— O que deu em você? Ficou louco foi? Poderia ter se ferrado todo.

— Por você eu sou capaz de qualquer coisa minha linda, e enfrento quem quer que seja. — Disse isso segurando em seu queixo e olhando em seus olhos (esses por sinal como já havia dito eram falantes, mas eu não conseguia entender o que eles queriam dizer).

— Seu bobo! — Suspirou profundamente e me deu um sorriso de garota que sabe muito bem onde sopra o vento e em que momento ateia sua vela. - Precisamos cuidar desses machucados! Venha, vamos lá pra minha casa, lá tem alguns remédios e curativos para isso aí.

— Não acho uma boa ideia Julia! Seu pai vai ficar assustado quando me vê assim.

— A tolinho! Não tem ninguém em casa, meus pais estão aqui na festa com o prefeito e só voltam quando acabar, bem mais tarde.

— Então vamos lá cuidar desses ferimentos antes que eles inflamem, não é? — Fiquei entusiasmado e na minha mente já maquinava segundas intenções e acho que a  Julia também.

— Venha, vamos embora.

— Espere um momento tenho que avisar a Pedro que estou indo embora. Por sinal... Onde ele está mesmo? — E girei a cabeça na tentativa de avistá-lo.

— Quem é Pedro? Venha, não vamos perder mais tempo menino. — Disse a garota já impaciente.

— Pedro é meu amigo e eu vim com ele para festa. — Dei mais um giro com os olhos e o avistei conversando com algumas pessoas. — Olha ele ali! Espere aqui só dez segundos que vou falar com ele e já volto.

— Não demore, eu não gosto de esperar! Viu!?

— Está bem gata.

Entusiasmado fui em direção de Pedro, estava louco para contar que tinha vencido outra vez.

— Pedro!

— Gabriel! A gente botou polcando neles! — Pedro solta suas altas gargalhadas, segurando sua enorme barriga. Em seguida me pergunta: — Te acertaram?

— Nada, aquele otário só me deu alguns arranhões e machucões! Mas, aposto que eu deixei marcas nele que vai ser difícil de esquecer.

— Cara, você é louco! Quando você disse que iria agitar a festa não pensei que seria daquele jeito. Foi Massa de mais velho!

— É! Valeu apena! Sabe qual foi o resultado disso tudo?

— Não! Qual?

— A Julia vai cuidar dos meus "ferimentos", e o melhor: na casa dela! — Disse isso piscando um olho para o Pedro.

— Mais que sortudo vai pegar a Julia! Você sabe que muitos caras dariam a vida para estar em seu lugar, não sabe?

— É, eu sei! Por isso que eu não vou mais ficar perdendo tempo aqui com você, vou lá!

— Espere um pouco!

— O que foi?

— Tome uns halls você está precisando, está com um bafo da poxa de cachaça.

— Muito obrigado, mas não vou querer uns halls não!

— Não!!

— Vou ficar com o pacote todo.

Peguei o pacote de halls da mão de Pedro e fui embora com Julia, que reclamava muito pela minha demora de um ou dois minutos.


Meu nome é GabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora