What's your fear?

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Matthew estava me testando.

Eu estava bêbada demais pra me controlar, mas eu estava conseguindo só pra ganhar dele. Eu estava frente a frente com ele, só de roupas íntimas, as pessoas ao nosso redor faziam uma contagem regressiva, porque quem conseguisse ficar dois minutos ali, parado, sem desviar o olhar e sem agarrar o outro, ganharia uma garrafa de Tequila. O que eu não faço por uma garrafa de Tequila?

O Matthew parecia me provocar o tempo todo, ele mordia o lábio inferior e sorria me olhando dos pés à cabeça, mas ele sabia que eu não faria nada.

— Faltam dois minutos! – Nash, o garoto que tinha feito o desafio falou no microfone e todo mundo começou a gritar.

Eu joguei meu cabelo pra trás, coloquei as mãos na cintura, fitei maliciosamente o Matthew e umedeci os lábios, logo arqueando apenas uma sobrancelha, arrancando um sorriso dele.

— Você sabe que acaba comigo quando faz esse pacote. – ele balançou a cabeça negativamente e eu sorri. – Ai, a cereja do bolo. – ele fez uma cara de dor, me fazendo sorrir.

— Que pacote, Matt? – arqueei uma sobrancelha e ele respirou fundo, dando aquele sorriso com os lábios juntos.

— Você arqueia a sobrancelha, umedece os lábios e dá esse sorriso. – ele olhou pra minha boca. – É um pacote que acaba comigo. – falou com a voz manhosa, me fazendo rir.

— Parece que o pacote que todo mundo está vendo é outro, hein, Matthew? – o Nash falou num tom malicioso e todos riram, enquanto eu continuei séria.

Matthew deu de ombros e continuou olhando pra mim.

— Não vai olhar? – ele sorriu maliciosamente. – Aposto que você tá morrendo pra olhar.

— Se eu te beijar ou desviar o olhar eu perco. – torci a boca. – Esse pacote eu posso ver a hora que eu quiser, é só eu te abraçar. – fiz biquinho. – É tão fácil mexer com você, Espinosa. – mordi o lábio inferior e ele trancou o maxilar, mas não parecia estar com raiva.

— Eu ainda vou te foder até você pedir socorro. – ele falou num tom baixo, me causando um arrepio longo.

— Eu deixo você me foder e não peço socorro se... – ele arqueou as duas sobrancelhas e seu queixo caiu. – Se você me deixar ganhar a Tequi...

— Temos uma vencedora! – o Matthew apontou pra mim e todo mundo começou a gritar, enquanto eu comecei a rir.

— Você é um idiota, Matthew! – falei o abraçando e sentindo o seu volume ainda rígido, me deixando trêmula. Me afastei na hora e dei um sorriso sem graça pra ele, que me olhava como sempre me olhou, com amor.

A minha amizade com o Matthew foi evoluindo cada vez mais. Nos conhecemos ainda no maternal, nossos pais cresceram juntos e nós seguimos isso. Quando o Matt começou a entrar na famosa puberdade, ele sempre tentava me beijar e aquilo me estressava muito, até que um dia eu dei uma surra nele e disse que, se ele tentasse me beijar mais uma vez, eu cortaria seu pau e costuraria em sua boca.

Ele nunca mais tentou.

Crescemos e agora estamos na universidade juntos, acabamos ficando na mesma fraternidade e isso só colabora na nossa amizade. Ele sempre foi muito aberto comigo, tiramos brincadeira um com o outro o tempo todo, e temos intimidade que parece de um casal.

— Você tem que parar de achar que um dia vai me foder. – disse calmamente enquanto caminhava ao seu lado com a minha Tequila nos braços.

— Não custa nada sonhar, né? – ele disse se sentando no banco do lado de fora da festa e eu me sentei ao seu lado.

ReciprocityWhere stories live. Discover now