É tarde da noite. O telefone toca ao lado da minha cama no criado mudo; me acordo na maior má vontade falando.
- Alô? - Mas ninguém me responde. Desligo e volto a dormir. Pouco tempo depois ele toca novamente e atendo.
- Alô? - Mas ninguém me responde novamente, só escuto uma respiração forte vir do outro lado. Não ligo muito desligando novamente. Horas se passam e a noite anda pro seu fim, logo o sol começa a nascer e o despertador toca; me acordando novamente sento na cama desligando o despertador. Meu quarto é básico, com uma cama de solteiro não tão grande, mas boa para se dormir uma box, com meu criado mudo do lado da cama e em cima dele uma luminária pequena com um telefone fixo do lado. Também tenho um guarda roupa pequeno com uma escrivaninha do lado, com computador, não muito potente, mas o suficiente para jogar algumas coisas e fazer meus trabalhos. Me levanto e fui saio do meu quarto indo em direção ao banheiro para poder escovar os dentes. Entro e me olho-me no espelho: vejo a minha cara de sono por não ter aproveitado bem a noite.
- Sono.... - Falo para mim olhando-me no reflexo. Tiro minha roupa e entro de baixo do chuveiro. Logo saí todo molhado, coloco a toalha e sigo pro meu quarto. No corredor paro e fico olhando para minhas mãos e do nada ela se duplica: tudo treme, e num modo de tentar continuar em pé coloco a mão na parede tentando me apoiar.
- Que merda.... - Digo caindo no chão; minha vista começa a ficar turva, as paredes e os quadros ficam amarelados e se desgastando como se tivesse passado anos desde que alguém tivesse ido até lá. E então tudo para - Ainda bem - Falo me levantando e olhando o local - De toda forma aqui ainda é minha casa - Digo indo até meu quarto abrindo a porta e entrando, então me deparo com a cama ensanguentada e marcas nas paredes como se algo tivesse tentado lutar para sair dali, mas foi falho - Meu Deus, o que aconteceu por aqui? - digo passando a mão pela parede - Agora vou ter muito trabalho em remover todo esse sangue. OBRIGADO SER QUE PASSOU POR AQUI, NÃO SABE MATAR SEM ENSANGUENTAR TANTO? - Digo tirando a toalha e abrindo meu guarda roupa - Ainda bem que pelo menos tem minha roupa aqui - Digo pegando uma camisa social branca e uma calça jeans azul com um sapato preto.
Boto logo o relógio e saio do quarto deixando a toalha de volta no banheiro estendida e desço as escadas. Sigo para a cozinha e vejo uma criatura horrenda na frente da pia, com as suas costas virada para mim. É peluda mas dá para se perceber que seu corpo era fino, mas é alto como um humano - Ow, ow Zé colmeia, sai dai bora, tá pensando que é quem? sabia que invadir a casa dos outros é crime? - então ele tirou uma das mãos de cima da pia e aos poucos foi se virando, até mostrar a sua face, era uma mistura realmente de urso com homem, toda peluda só que o prolongamento da boca para forma o fucinho não tem; é reta e os olhos não apareciam, cobertos com o pelo. Daquele ângulo dava para ver as suas mãos perfeitamente, com seus dedos prolongados e com garras no local das unhas; algo de errado não estava certo com ele, mas abriu um sorriso em minha direção mostrando suas presas, que pareciam mais afiadas que a lâmina de uma espada. -
Opa, Opa, Opa, vamos agir civilazamente? prazer me chamo Alone, quer um café? - falo rindo de desespero, logo ele faz uma cara seria , nesse momento um rato passa por cima do balcão. A criatura usa a mão mais próxima para pega o rato. O pobre animal chia de desespero, morde a garra mas não há nenhum efeito. Dava para ver o medo dele enquando o monstro apertou-o perfurando-o, fazendo o sangue escorrer. Faleceu logo em seguida. Num movimento rápido, o monstro devorou o roedor abrindo um sorriso melado de sangue.
Nesse momento, começo a andar de vagar de costas - Acho que tem alguém me chamando tá escutando? - falo pondo a mão no ouvido e falando bem baixinho mudando minha voz num tom mais fino - Alone.... vem aqui - Então olhei pra tás e digo - Já vou! Olha aí, preciso ir, desculpa não poder ficar mais, podemos manter contato, te ligo ok? - Nesse momento enquanto ando para trás a criatura se aproximando junto, até que terminei de falar e ele num piscar de olhos começo a correr na minha direção e veio na minha cabeça o pensamento "Vou morrer mesmo, nem adianta correr" fecho os olhos e baixo a cabeça. A criatura se aproximou pulando em cima de mim - NÃO ME ARREPENDO DE NADA! - Assim que deu o seu bote, tudo ficou como se fosse câmera lenta, abri meus olhos novamente e vi as garras descendo para cima de mim e o seu sorriso recheado de psicopatia e ao mesmo tempo simpático, mostrando as suas presas. Descido fechar os olhos novamente, então ele atacou de vez. Mas ao invés de sentir suas garras, no seu lugar veio uma brisa cheia de poeira passando por mim. Não entendi o que aconteceu. Abri os olhos e não vi mais a criatura; tudo tinha voltado ao normal - Mas o que aconteceu aqui? - Digo sem entender nada - Tudo bem, super normal, deve ter sido o efeito de algum remédio que eu tenha tomado. - Falo em voz alta me virando e saindo para o trabalho.
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Eu, Eu Mesmo e a Criatura - No Mundo Invertido
HorrorÉ tarde da noite. O telefone toca ao lado da minha cama no criado mudo; me acordo na maior má vontade falando. - Alô? - Mas ninguém me responde. Desligo e volto a dormir. Pouco tempo depois ele toca novamente e atendo. - Alô? - Mas ninguém me respon...