- Por favor, me deixa sozinha – pedi já sem forças – eu estou bem, eu juro –.
Duas frases, duas mentira, ditas por uma única pessoa, eu.
-My little Angel, pare de mentir para si mesma, pare de mentir para mim – ele disse do outro lado da linha – você não está bem, quer saber? Eu já estou indo ai, não faça nenhuma bobagem – disse e encerrou a ligação.
Ele era bom para mim, bom demais até. Nós conhecemos no segundo ano do ensino médio, um todo nerd e outro todo suicide, o par perfeito por parte dele, mais não minha.
Flashback
-olha a estranha chegando, tomem cuidado – gritava um americano loiro
Risos e mais risos, isso estava me matando, mas eu tenho que aguentar, só mais um pouco.
"Ninguém me entende, ninguém sabe o que eu sinto, então: fuck"
-gostei da frase
Quando eu escutei isso, tomei um susto pensei que fosse o americano, mas não, era apenas ele.
Flashback
Depois disso, deste encontro inusitado, viramos amigos, viramos confidentes. Tanto que eu contei para ele sobre minhas amigas, então ele disse: "elas não são suas amigas, eu sou seu amigo" e me fez jurar que nunca mais iria falar com elas, nem ligar para elas.
-eu sinto muito, eu sou tão fraca – disse enquanto olhava meu reflexo nos cacos de vidro que ainda estavam lá. – eu me tornei isso, por minha culpa, eu sou a culpada – disse por fim dando um último adeus a aquela imagem.
Sabe uma vez eu li em um livro "Se é pra morrer, morra com um sorriso no rosto". De primeira não fez nenhum sentido, mas agora faz, faz total sentido.
-Se é pra morrer – disse pegando um canivete – morra com um sorriso no rosto – e rasgando meu rosto em um formato de sorriso – por mais falso que ele seja.
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O tempo todo nós estamos correndo contra o tempo, mas ele é mais rápido, mais cruel também. Isso todos sabiam, mas não quer dizer que devemos desistir.
-droga! – um grito se fez presente dentro do carro – por favor, não faça nada de errado, eu imploro-.
Mas ás vezes, podemos fazer de tudo, mas ele vence, porque ele é cruel e sádico.
