Capítulo 24 - Um Susto .

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Você pediu alguma coisa, amor? - Felipe perguntou.

- Não.

- Eu vou atender...

A campanhia tocou novamente e Felipe abriu a porta. Ao abri-la, pude ver uma mulher madura e bem vestida. Olhos castanhos e cabelos num louro escuro.

- Mãe? - Felipe perguntou encarando a mulher.

(...)
Shirley

- Mãe? - Felipe perguntou encarando a mulher, um sorriso nasceu em seus lábios aos poucos. - Que surpresa te ver aqui!

- Felipe, meu filho! - A mulher disse. - Não vai me convidar para entrar?

- Claro.

Ouvindo aquele diálogo dei-me conta de que estava prestes a ser flagrada apenas de calcinha e sutiã pela minha "sogra".
Então corri corredor a dentro em direção ao quarto tentando não ser vista.

(...)
Felipe Miranda

- Não vai me convidar para entrar filho? - A voz doce, porém séria da minha mãe me despertou do torpor que eu estava imerso.

- Claro... - Assenti abrindo passagem para que ela entrasse.

Dona Vitória adentrou a sala do apart-hotel muito segura de si, observando tudo a sua volta. Desde os móveis que decoravam o local até as roupas minhas e de Shirley jogadas pelo chão.

- A última vez que estive no Brasil, te deixei casado, numa casa decente e com uma mulher decente... - Ela começou passando os dedos na estantezinha que havia num canto da sala.

- Mãe, eu...

- E quando volto, descubro que você jogou tudo pelos ares por causa de uma aventura? - Ela me encarou severa.

- Mãe, ela não é uma aventura... - Disse inutilmente baixo.

- O que você tem na cabeça menino? - Ela disse exaltada. - Olha só para você, olha só para este lugar em que você está enfiado por causa dessa fulana!

- Mãe, para de falar dela assim! - Tive que aumentar o tom de voz. - A Shirley não é uma fulana. Ela é a mulher da minha vida, eu tô apaixonado por ela.

Abri parcialmente meu coração para que minha mãe soubesse que a Shirley não era apenas uma aventura, ela era muito mais.

- Eu nunca ouvi tanta baboseira em toda minha vida. - Ela disse rindo sem humor.

- Você está enganada, nem sequer conhece a Shirley para falar assim dela.

- Shirley... - Vitória disse o nome com desprezo. - Então este é o nome desta mulher? Ela está aqui? Eu quero vê-la.. - Ela disse rondando a casa, olhou a cozinha, o banheiro, e a pequena área de serviço.

Revirei os olhos e a Segurei pelo braço.

- Mãe, ela está lá dentro, me espera aqui, que eu vou buscá-la... - Falei e ela pareceu se convencer, indo sentar no sofá.

Sem perder tempo, tratei de sumir corredor a dentro até alcançar o quarto que divido com a morena. Abri a porta e a encontrei ainda de calcinha e sutiã, encarando furtivamente dois vestidos dispostos em cima da cama.

- Amor, aquela é a sua mãe? - Perguntou.

-Sim, e ela quer te ver... - Respondi.

- Ah meu Deus, e se ela não gostar de mim? - A morena perguntou aflita.

- Não tem como alguém não gostar de você, morena, basta ser a mulher por quem me apaixonei e pronto. - Puxei ela para um abraço e beijei o topo de sua cabeça.

- Agora vamos, ela ainda está nos esperando... - Saímos do quarto de mãos dadas, e logo reaparecemos na sala devidamente vestidos, Shirley segurava minha mão um pouco nervosa.

- Mãe, essa é a Shirley, minha mulher... - Falei atraindo a atenção da minha mãe, sorri da melhor maneira que pude.

- É um prazer conhecer a senhora! - Shirley disse estendendo a mão. Porém minha mãe apenas levantou-se do sofá ficando de frente para nós dois, encarando Shirley de cima a baixo com uma cara péssima.

- Mãe, a Shirley está estendendo a mão para você... - Disse a fim de chamá-la a realidade.

- Shirley... - Ela começou num tom ácido. - Você sabe por que estou aqui? - Ela negou com a cabeça.

- Estou aqui, pois precisava ver com meus próprios olhos até que ponto meu filho se rebaixou, acabando com um bom casamento por uma aventura... e chegando aqui, vejo que estava completamente certa. Você é o daqueles tipos mais baixos, destruidora de lares, e eu jamais vou aprovar essa união de vocês... - Assim que minha mãe parou de falar, Shirley começou a chorar, balbuciou algo como um me desculpe e sumiu corredor a dentro, trancando-se no quarto.

-Por que fez isso? - Encarei minha mãe decepcionado.

- Você vai ver, meu filho. Logo essa garota vai mostrar quem realmente é...

- Você não tem o direito de entrar aqui e dizer essas coisas para a minha mulher! - Disse um pouco alto.

- Sua mulher é a Jéssica! Foi com ela que você casou, e não com essa fulana! - Minha mãe gritou. - E em breve você verá que eu tenho razão.

Ela disse e saiu porta a fora, deixando-me estático em casa. Não pensei muito e fui em direção ao quarto, sem nenhuma surpresa acabei encontrando a porta trancada.

- Amor, sou eu... - Bati na porta. - Por favor? Abre essa porta, Shirley.

Eu estava prestes a bater na porta novamente quando ela se abriu, revelando uma Shirley com os olhos e a ponta do nariz vermelhos, enquanto tentava inutilmente enxugar as lágrimas pelo rosto.

- Ei... me desculpe por isso, por favor. - Sussurrei enquanto a abraçava. - Você não mereceu ouvir nada daquilo.

- Eu já fui humilhada de várias formas, Felipe. - Ela disse soltando-se de meus braços - Mas isso foi a gota d'água pra mim...

- O que está querendo dizer com isso? - Perguntei cauteloso.

- Não dá mais para mim, Felipe. Não quero mais ser humilhada por uma mulher que não sabe a metade do que aconteceu na minha vida, chega!

- Então, você não está me dizendo que... - Perguntei incrédulo, aos poucos senti algo ruim crescer dentro de mim.

- Acabou Felipe, eu sei que posso estar dando um passo para trás, ou até sendo ingrata com um homem tão bom como você, mas para mim não dá...

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