"Ao longo do caminho eu perdi muitas coisas, costumes, manias e até pessoas.
Mas eu encontrei a mim. E está tudo bem. Ser quem você é, é o que importa no fim do dia. Porque nós ainda temos o mundo, e eu me aceito, sendo assim, aceito tudo o que vie...
Conhecer você, mesmo que ainda não pessoalmente foi uma dádiva para mim. E nosso trio é absolutamente meninas malvadas. Mas às quartas nós usamos jeans e jaqueta de couro.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Meu único desafio no momento era não olhar para baixo. Minha cabeça estava tão, tão, tãoooo confusa. O prédio onde eu trabalhava era um lugar relativamente alto, e eu já tinha que ter ido embora há duas horas. Mas eu estava no parapeito do lugar, andando na borda e vendo os carros correrem.
Porque todos estão com tanta pressa?
Eu estava tão cansada de tanto barulho, das pessoas falando. Cansada de manter a posa.
Seja uma boa garota. Mantenha a cabeça erguida. Garotas não agem assim.
Garotas. Garotas. Garotas.
Eu odiava cada parte daquela farsa, voltar para casa, contar como foi o meu dia no meu grande emprego, ouvir se eu ainda não havia arrumado um bom pretendente.
Garota. Garota. Garota.
Desci do telhado do prédio e bati a porta que lhe dava acesso. Eu tenho pensando nisso a tanto tempo.
Eu não passaria mais um grande dia escondendo quem eu realmente sou. Porque não há problema algum em ser eu mesmo. Todo o tempo procurando aceitação em outros lugares, outras pessoas. Eu não precisava realmente disso.
Eu tinha orgulho de que eu era. E eu seria um grande, um grande rei.
Caminhei pelas escadarias do prédio me livrando dos saltos, e prendendo o cabelo. Cheguei a minha mesa e peguei tudo que era meu, limpei a mesa e joguei no lixo minhas fotos que estavam por ali. Aquela não era eu.
Deixei minha carta de demissão no RH e peguei meu último pagamento, com todo o dinheiro que eu já havia juntado, eu teria o suficiente.
Era meu aniversário afinal. E esse é o meu desejo.
Joguei tudo no banco de trás e dirigi até em casa. Havia pessoas por todo o caminho onde eu passei, desejando felicidades e que todos os meus desejos se realizassem. Oh, eles iriam. Eu vou garantir isso.
Subi as escadas e tranquei a porta do quarto. Havia um vestido em cima da cama. Um vestido vermelho, com detalhes em pedraria e até um colar.
Peguei a tesoura na gaveta e sentei na cama, destruindo todo o vestido. Repetindo o mesmo processo com todas as roupas do guarda roupa, aquilo não pertencia a mim.
Tirei a saia e blusa que usava no trabalho e vesti um blusão e uma calça jeans surrada. O espelho mostrava uma imagem que eu não queria ver.
