" O meu coração não quer mais bater sozinho,
agora que ele conheceu o seu. "
( Ian Clarke)
Subi até o andar onde ficavam os quartos e fui em direção ao meu, pois eu estava realmente precisando de um banho. Entrei na suíte principal e me sentei na cama olhando para paisagem do lado de fora, Maia tinha feito um bom trabalho com o jardim, ele estava muito colorido com as várias flores que ela havia plantado com ajuda do irmão.
- Senhor, eu sei que em todos esses anos de solidão eu culpava você por ter tirado a Ruth de mim e dos meus filhos, mas me lembrei de que ela vivia me dizendo o que o senhor nos dá batalha nas quais conseguimos lutar, sei que não sou muito bom em orações e há muito tempo não falava com você, mas hoje eu tenho que agradecer as pessoas maravilhosas que o senhor colocou em minha vida, agradecer todos os dias por estar vivo e por tudo que aconteceu. Não posso mentir e dizer que não estou aflito com a volta de Joseph, pois só de imaginar ele perto dos meus filhos eu entro desespero, sei que o perdão é uma virtude, mas não posso esquecer o que ele fez com a própria filha. - Eu nunca fui bom em rezar, mas com aperto que estava em meu peito fui obrigado apelar para quem podia me ajudar.
Tomei um banho rápido e me vesti e fui para o quarto da Soraia que estava sentada na sua escrivaninha.
- Posso entrar. - Pedi ainda parado na porta.
- Pode. - Ela estava com a voz meio distante.
- Vim chama-la para tomar o café da manhã. - Ela não me olhava nos olhos e eu estranhei seu jeito. - O que aconteceu?
- Nada.
- Eu te conheço, vai me diz o que está acontecendo.
- Eu sem querer ouvi sua oração. - Eu gelei ao ouvir isso. - Me diz Micael, o que o reverendo Joseph fez para Ruth que você tanto teme ele perto dos seus filhos? - É agora, Eu minto ou digo a verdade.
- Eu não posso dizer, não ainda. - Bom isso foi nenhum, nem outro. - Olha, confio em mim, eu não posso na verdade ainda não estou pronto para tocar nesse assunto tão delicado, só confie que na hora certa eu vou te contar tudo que quiser saber.
- Só me diga devo me preocupar também. - Eu nunca havia pensado nisso já que por todos esses anos eu guardei aquilo comigo.
- Não, eu só preciso no momento manter meus filhos longe dele e da esposa até eu pensar no que eu vou fazer.
- Você sabe que não precisa resolver nada sozinho, que estou com você no que der e vier. - Eu depositei um beijo na testa dela e a abracei o meu Porto seguro.
- Eu sei querida, só que é um assunto delicado só isso.
- Confio em você. - Ela me deu outro beijo. - Vamos tomar o café, aliás, já falou com as crianças?
- Nem precisei, acredita que aqueles pestinhas estavam nos ouvindo ontem. - Ela riu quando eu disse o que os meninos fizeram.
- Olha da Maia até esperava algo do tipo, mas o Gael não.
- Ela deve ter o obrigado coitado, não conhece minha filha. - Mesmo sendo cinco minutos mais nova do que o Gael, Maia tinha o irmão na palma da mão e o obrigava a fazer tudo o que ela queria.
- Verdade.
Fomos todos para o lago fazer piquenique/ Café da manhã/ comemoração isso de acordo com a Maia. E para minha alegria tinha bolo de milho e outras guloseimas que eu amava e que meus filhos sabiam que eu adorava.
- Pai. - Maia chamando minha atenção. - Esqueci-me de dizer que amanhã temos que ir para o coral mais cedo para nos arrumar para apresentação especial.
- Apresentação especial querida.
- Sim tia, parece que um antigo reverendo e sua esposa voltaram e o reverendo Bento nos pediu para fazer uma apresentação especial. - Paralisei na mesma hora e Soraia percebeu o que aquilo significava mesmo não soubesse qual era o problema real.
- Mas amanhã já estava certo de vocês irem para casa dos seus avós crianças, o reverendo Bento vai entender. -A agradeci bem baixinho. - E melhor comemos todas essas delícias, e a propósito está maravilhosos meninos as aulas que a titia Soh deu foi nota mil.
- Tudo bem, mas o papai vai ter que ligar para avisar que não vamos.
- Ligo com toda certeza, por que não vão nadar um pouco e aproveitar o dia.
- Vocês não vêm?
- Já estamos indo querida. - esperei que eles entrassem na água para desabafar. - Isso foi por pouco.
- Mas um dia eles vão ficar frente a frente com os avós e isso você não pode mudar.
- Espero que isso não aconteça. - Isso é verdade bem lá no fundo do meu ser.
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Ao Nascer da Lua Cheia
RomanceEm um pequeno vilarejo a filha do reverendo do povoado dava a luz a seus filhos nos escombros de um antigo cemitério tudo para que seus pais não vissem as crianças que estavam destinadas a viverem longe uma da outra, até que conhece Micael um jovem...