A Sereia da Lua de Sangue

Capítulo Único

♡ Hoje tem eclipse lunar, com lua de sangue e nada mais justo do que usar esse acontecimento especial pra embalar um "romance". Boa leitura.

O seu coração contra meu peito
Seus lábios pressionados em meu pescoço
Eu estou me apaixonando por seus olhos Mas eles ainda não me conhecem
Com um sentimento que vou esquecer Estou apaixonado agora

Ed Sheeran - Kiss Me

“Havia uma sereia muito destemida entre as demais, que descobriu um segredo que mudou de vez a história das sereias. Essa sereia tornou-se uma lenda, mais conhecida como “a sereia da lua de sangue”

Era para ser apenas mais uma sexta feira na vida de Solar, ela navegou pelo mar, brincou com golfinhos, alimentou-se de algas marinhas que desintoxicavam o corpo e a deixava menos rechonchuda, cuidou das sereias menores como lhe tinha sido incumbido, e saqueou uma embarcação que passava, quando ninguém estava vendo. Solar tinha tido um dia bastante normal.
Sentou-se nas pedras de uma ilha deserta para apreciar o belo pôr do sol e a bela lua cheia que vinha surgindo no céu, hoje seria um dos dias favoritos de Solar, quando a lua nascia gigante no céu e as estrelas brilhariam mais do que em qualquer outro dia.
O Sol já ia embora quando a primeira estrela apontou no céu, tão brilhante que quase podia ofusca-la. Solar começou a sentir falta daquilo que nem sabia o que era, estava completamente sozinha, pois as demais sereias e tritões de sua comunidade não gostavam de estar fora da agua e não entendiam a paixão de Solar pelo sol e pela Lua.
A maioria da comunidade de sereias ao qual Solar fazia parte, preferiam ficar submersas no oceano frio e escuro, alimentando-se de plânctons das aguas profundas, que eram deliciosos por sinal, convivendo pacificamente com os outros seres marítimos, criando suas crias, vivendo por séculos de forma muito selvagem.
Alguns da comunidade que não concordavam com esse método de vida fugiam para aguas mais rasas e quentes, mais perto dos humanos, eram mais civilizados e também eram os responsáveis pela má fama das sereias de encantar homens, afundar embarcações e fazerem humanos sofrem.
Solar fazia o gênero, quer apenas apreciar a natureza, nunca tinha saído de sua comunidade porque amava seus progenitores e as crianças que ela cuidava e ensinava a nadar e alimentar-se, apesar de não gostar do profundo oceano se sentia bem entre os seus, não sentia vontade de viver em terra como a maioria das sereias ambiciosas sentia, porem algo lhe faltava.
E Solar suspirava enquanto via a lua surgindo.
Largou mão da natureza que ela amava, mas que lhe fazia suspirar saudosa de algo que ela não sabia e mergulho de volta no mar, precisava voltar para os seus, a noite o oceano era escuro e podia ser perigoso demais para uma sereia solitária.
Nadou rapidamente oceano a dentro usando sua grande e poderosa cauda para ganhar velocidade, o mar era um lugar maravilhoso, grande e rico, diverso e poderoso. Tão poderoso que alguns da espécie de Solar mais inexperientes acabavam saindo para muito longe e nunca mais retornando, o oceano tinha seus segredos. E todos tinham que saber respeitar.
Solar nadou, nadou e nadou, porem algo estava errado, ela entrou em uma corrente marítima que a ajudaria a chegar mais rápido, mas aquela corrente estava estranha, ia para a mesma direção que Solar estava acostumada, mas era muito forte, muito mais forte do que a Sereia jamais havia visto e rapidamente ela bateu em um banco de areia, sendo jogada para fora da corrente marítima.
A areia branca dava-lhe indícios de que ela tinha chegado no continente, isso era ruim, muito ruim. Colocou a cabeça para fora da agua e avistou o que mais temia, torres enormes e iluminadas, Solar tinha sido levada pela corrente marítima direto para os humanos, humanos eram perigosos, matavam a espécie de Solar, sequestravam e nunca mais traziam de volta, sujavam o oceano, matavam seus inofensivos peixes, derramavam substancias toxicas que faziam mal a toda a vida marítima, humanos eram ruins, destruíam as belas praias colocando torres enormes lá e sujavam tudo, derrubavam as arvores de coco que tinham nas areias brancas de todo o mundo e matavam os corais riquíssimos para o mar.
Solar foi tomada pelo medo, mas também foi tomada por uma forte dor, sua calda doía como se estivesse sendo arrancada dela, a mesma arrastou-se até poder ficar sentada na areia, sempre olhando se não haviam humanos por perto, se fosse descoberta seria o seu fim, uma forte dor foi subindo da sua calda até a sua cabeça e tudo ficou escuro, o mundo girou de uma forma estranha para Solar e tudo se apagou, antes que ela pudesse entender o que estava acontecendo.