Duas horas

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Árvores.

A única coisa visível em uma distância consideravelmente grande dentro da propriedade. Do lado de fora das grades, não era possível ver o que havia além das árvores. A placa com as inscrições Propriedade privada - Não ultrapasse estava empoeirada e enferrujada, Gold fazia questão de deixar a placa de aviso na frente da propriedade enferrujada, para que parecesse que o lugar não era frequentado há tempos. O homem não autorizava a entrada de outras pessoas no local, e mantinha uma desculpa de que estava garantindo a preservação da natureza, ao menos onde lhe cabia. O que não era de todo mentira, já que o ambiente era naturalmente saudável. As árvores eram altas e largas, algumas com flores e frutos. Sempre havia muitas folhas no chão e muitos animais pequenos, como insetos, anfíbios e pássaros.

Contudo, o enorme terreno lhe servia de muitas formas. Ninguém além de Gold e seus funcionários ilegais sabia da existência da casa na propriedade, o homem a havia construído poucos anos após a compra dos hectares. Havia contratado os serviços de pessoas como Emma, que faziam trabalhos sobre os quais não comentavam com ninguém.

Por entre as enormes árvores e sobre as incontáveis folhas secas, o carro dirigido por Graham seguia em direção a pequena casa. No banco de trás, Emma observava Regina ainda desacordada, precisava garantir que a morena não acordasse antes de chegarem. Graham estacionou o carro sport preto na frente do que seria o cativeiro de Regina e olhou para trás pelo retrovisor.

- Você leva? - Perguntou referindo-se à morena. Emma respondeu com um som nasal e um aceno afirmativo de cabeça. O homem desceu do carro e foi em direção a porta da casa, depois de destrancada, a porta foi aberta revelando o interior que continha apenas três cômodos. Emma havia descido do carro, seguido para o lado oposto e aberto a porta ao lado de Regina. A loira destravou o cinto de segurança e encaixou seu braço direito nas costas da morena e o esquerdo em suas pernas, a levantando e caminhando com ela até a parte de dentro da casa. Graham caminhava na frente retirando o que pudesse atrapalhar Emma, o homem abriu a porta do quarto em que Regina ficaria e a loira a colocou deitada na cama.

- Quanto tempo até ela acordar? - Perguntou Emma observando Regina.

- Não muito. - Disse Graham enquanto pegava uma corda que havia no chão próxima a parede. - Vamos terminar logo. - Disse se aproximando de Regina. O homem prendeu os braços da morena juntos e para trás, Emma procurava por um lenço em uma mochila que havia em cima da pequena mesa de madeira do lado esquerdo do quarto. Ao encontrá-lo, a loira se aproximou de Regina e circulou o rosto da morena, a deixando amordaçada. Em seguida, encaixou uma venda em seu rosto e a deitou da melhor forma possível na cama, já que seus braços estavam presos para trás. Não podia colocá-la de bruços pois o risco de Regina ser sufocada pelo contato entre seu rosto e a cama existia e Emma precisava evitá-lo.
Ao sair do quarto, a loira viu que Ruby já havia chegado e conversava com Graham na sala, o lugar era ao mesmo tempo a cozinha. Possuía um sofá pequeno, uma poltrona e um tapete de um lado e do outro, uma mesa grande de madeira, seis cadeiras, um fogão a gás e um pequeno armário. E o terceiro cômodo da casa era um banheiro um pouco maior do que o banheiro do quarto, mas que também era bem simples. O local não havia sido planejado para moradia, era apenas um esconderijo e em muitas vezes um ponto de encontro entre Gold e seus funcionários de trabalhos ilegais.
Emma colocou a mochila que segurava em cima do sofá e ao se aproximar de Ruby, ouviu a morena reclamar como sempre fazia quando estava onde não gostaria de estar.

- Numa sexta-feira? A gente não poderia ter esperado até segunda? - Perguntou indignada. - São no mínimo três festas perdidas por causa da senhorita rica Mills.

- Não reclama, você tá sendo paga pra isso. - Emma disse forçando um sorriso. A loira estava a cada dia mais incomodada com a situação em que estava, mas tentava não transparecer isso para os outros. Queria evitar perguntas. - E o Killian?

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