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BOROVSKY, RÚSSIA.

CLAIRE ADAMS

     O CENTRO de Borovsky é movimentado para um lugar relativamente pequeno, e tudo é extremamente bonito.

     A cidade possui poucos monumentos altos - a maioria com uma estrutura gótica, lembrando igrejas - mas há muitas casinhas bonitas e muito verde. Era como um pedaço do paraíso, e se eu fechasse os olhos por um instante, talvez me sentisse feliz em estar ali, apesar das circunstâncias.

     Sempre apesar das circunstâncias.

     A casa em que estávamos ficava na parte rural, e nós havíamos levado meia hora para chegar na cidade.

     — O mais adequado seria tomar alguma coisa quente, não acha Phil? — Pergunto, olhando para o banco de trás do carro, observando meu irmão olhando tudo pela janela de vidro com olhos vorazes e cheios de encanto pela cidade.

     Estava bastante frio, e foi preciso Dylan nos emprestar dois de seus moletons para nós. Além disso, por baixo foi preciso vestir duas blusas grossas. Phillip parecia prestes a desaparecer dentro de todas as camadas de roupa, mas isso o tornava menor e mais fofo.

     Billy e Jake haviam ficado na casa para cuidar de tudo, mas antes de sairmos, Billy havia nos pedido para colocar pequenos dispositivos de rastreamento dentro da blusa. Aparentemente o pequeno aparelho - do tamanho de uma abelha! -, nos rastreava e Billy podia ver se estávamos ou não em perigo. Dylan havia trazido sua arma também.

     Todas as vezes que olhava para ele, sentia-me tímida, mas especialmente irritada comigo mesma por me deixar abalar por algo que provavelmente deva ter sido sem importância. Eu havia praticamente avançado contra ele com um desespero assustador, e, além dos nossos beijos, que em certo ponto começaram a caminhar para um lado mais ousado, Phillip havia nos interrompido, justamente quando Dylan praticamente arrancava minha blusa.

     Foi um dos momentos mais constrangedores da minha vida, sem dúvida, principalmente porque meu irmão ficou dizendo: "Eca, eca!" por uma infinidade de segundos, enquanto eu continuava lá parada, descabelada e não sabendo o que fazer, e Dylan ria em alto e bom som.

     Nem preciso dizer que fiquei irritada por ele ter rido da minha situação complicada, e marchei para meu quarto, e fiquei por lá até a hora de sairmos, me recusando a encarar Dylan sem que fosse necessário. De fato, estava duplamente envergonhada: me sentia tímida quando meu irmão me olhava, porque ele havia presenciado algo que definitivamente não é recomendado para pessoas de sua idade, e também tinha de lidar com o repentino bom humor de Dylan e o fato de que ele estava zombando de mim.

     Os trinta minutos no carro foram, definitivamente, um martírio. Mas apesar de tudo, um desejo insano de beijá-lo novamente me atormentava agora constantemente, sabendo tão bem que seus lábios quentes podiam, com certeza, me levar a loucura.

     — Ali. — Dylan aponta, indicando um pequeno café.

     Ele não havia tentando puxar assunto, tampouco, o que me fazia ficar apreensiva, mas agora sorria ao falar, e me olhava de uma forma mais demorada do que eu estava acostumada. Era como se todas as raivas mútuas que sentimos tivesse desaparecido.

Damaged Soul {t.h} [ PAUSADA ]Onde histórias criam vida. Descubra agora