Por favor, fica

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Enquanto todos estão empenhados em recolher os mortos, Erick e Lara pensam em estratégias para deixar o muro mais forte e dificultar a escalada. O ataque de minutos atrás deixou bem claro que eles não estão preparados.

Poderia ter sido pior.

Rian conversa com Ned enquanto colocam os corpos em uma carroça.

- Vinte. - Ned parece preocupado. - Morreram vinte pessoas. Nossa sorte é que eles foram em bora. Estaríamos todos mortos agora se o ataque continuasse.

- Não acho que foi sorte. - Rian não deixa de pensar na estranheza do acontecido, em como os monstros se viraram para a mesma direção como se estivessem sendo chamados. - Pode ser loucura minha, mas acho que eles foram chamados.

- Como assim?

- Houve um momento antes de saírem. Um instante breve em que se voltaram pra mesma direção. Como se ficassem em alguma coisa... Acho que estavam sendo controlados.

- Bobagem. - Ned diz incrédulo. - Nada é capaz de controlar aquelas coisas.

Rian não está convencido disso, mas decide deixar o assunto de lado. Ned não acreditaria nessa hipotese, seria perda de tempo argumentar.

Ambos ficam em silêncio por pouco mais de um minuto.

- Como eu vou criar um filho com tudo isso?

Ned não sabe como responder a esta pergunta. No fundo ele acredita ser uma loucura a simples ideia de tentar. Nenhuma cri anca merece crescer num mundo como este, mas agora era tarde demais.

- Eu realmente não tenho uma resposta pra isso.

Vinte pessoas morreram nesta manhã, o número de monstros superam, foram trinta e um raptores mortos. Ainda assim o bando continua em grande número e está lá fora agora.

Quando será o próximo ataque?

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Os troncos já estão quase todos retirados da rua. Faz quase uma hora que estamos aqui. Nathan continua por perto marcando território ao redor.

Por enquanto nenhum cinza apareceu, mas isso não quer dizer que não está por aí. Os cinzas geralmente atacam sozinhos, eles são de todos os mais inteligente. Capazes de criar armadilhas e bolar enrascadas, talvez sejam os mais perigosos. Um inimigo que raciocina é sempre complicado, mesmo sendo um limitado como os conzas.

Não se pode descartar a hipótese de que pode ter sido uma pessoa. Existem muitos psicopatas por aí. E gente costuma ser mais terríveil do que monstro.

Me aproximo de Alex, percebo Nathan me observando.
Ele realmente é bastante inseguro.

- Como estão o pessoal? - Pergunto, é bom saber que eles estão vivos, passei muito tempo pensando que eu era o último de Santa Amélia.

- Estão todos bem. Não vão acreditar quando te virem. - Alex responde com um sorriso. Principalmente o Rian. Ele sofreu muito depois que perdemos você. Achávamos que tinha morrido. Rian ficou inconsolável por um tempo, mas aí... - Ele faz uma expressão de alerta. É como se de repente prestasse atenção no que falava.

- Aí oque?

- Aí depois ficou bem. Se acostumou. - Ele gagueja.

Alex esta escondendo algo.

Antes que eu possa perguntar ouvimos barulhos entre as árvores.

- O que foi isso? - Ele pergunta vasculhando a mata com os olhos.

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