LUCA
Cheguei da academia destruído. Mas não dava para dormir ainda, tinha que fazer cinco artigos, limpar o apartamento e ainda fazer as marmitas da semana. Caraca, ser dono de casa era complicado. Estava brava minha situação.
Tirei o tênis e deixei debaixo do meu banquinho de madeira que ficava no hall de entrada do meu apê. Poxa, o meu apartamento era arrumadinho. Eu era fã de coisas rusticas e envelhecidas, industriais, então usei como base isso para decorar, e ficou bacana. Quando me mudei para lá quebrei as paredes e fiz meio que um espaço aberto, a cozinha era meio que uma copa com uma amurada de cimento queimado. Pendurei as panelas no teto, e fiz uma horta dentro de casa em vasos, mesa de madeira, sofás de couro, fotografias do meu pai , de nossa casa na praia, de mim pequeno, e de Lena em preto e branco enfeitavam a casa toda. Criei espaços com os moveis e não com paredes, isso me dava uma sensação de liberdade gigante naquela casa. As únicas paredes que haviam envolviam os ambientes que necessitavam de privacidade: Meu quarto ficava atrás de uma parede de tijolos vermelhos, com uma porta de correr de madeira, e o banheiro ficava ao lado.
Parei de babar na minha casa, meu melhor projeto de design, e fui fazer minha comida. Meu telefone tocou quando eu estava indo para o banho e já sai para atender esperando ser a Lena. Mas meu coração travou quando olhei o visor e o nome de Antonella Vidal apareceu, travei.
_ Alô. - Esperava estar com a voz normal.
_ Oi, pode falar? - Caramba, só que aquela voz me destruía._ Posso sim. - Falei baixinho.
_ O projeto... Nossos professores... Eu vou ter que fazer os artigos com você, Luca. É isso. - Puta que pariu! Eu quase nunca xingo, mas a Antonella tem esse efeito em mim.
_ É para amanhã, Antonella. - fui seco.
_ Eu sei. Droga! Minha nota final depende disso, meu projeto depende disso. -Estava nervoso.
_ Meu apartamento. Av. Vinheno Lemões, 1001 apartamento 400. Venha rápido. - desliguei, nem sabia se ela tinha anotado.Como é que a mulher podia destruir meu coração e depois me ligar? O que ela queria?Sapatear na minha cara. Professor nenhum mudava pessoas de grupos, provavelmente ela não tinha feito nada e acabaram encaixando ela comigo que tinha optado por fazer sozinho.
Terminei de tomar banho e fui dar uma geral no banheiro, estava indo lavar o resto das vasilhas na pia quando a campainha tocou. CARALHO! Ai, eu não devia estar xingando, que vergonha. A Lena não ia me reconhecer... Fui abrir a porta.
_ Antonella. - Cumprimentei, deixei a porta aberta e fui em direção ao espaço de frente para a Janela de vidro que ia do chão ao teto, tinha uma mesa de madeira polida com meu computador encima e várias coisas para desenho espalhadas.
Ela não disse nada, entrou e ficou admirando meu apartamento. Deixei ela olhar. Aproveitei para admira-la , ela estava linda. Usava um terninho e mocassins, um batom vermelho e estava séria.
_Obrigada por me ajudar. - estava nervosa.
Fui até um canto disfarçado na copa que servia para guardar meus vinhos, escolhi um tinto seco e peguei duas taças, ofereci a ela uma.
_Relaxa, a noite vai ser longa... - Fui em direção a minha mesa super bagunçada, empurrei as coisas para o lado. Puxei uma cadeira do lado da minha e me sentei.
Ela estava tão sem graça, passou a mão nos cabelos curtos e se sentou ao meu lado._O que você pensou sobre a ideias de espaços e contradições de cores para ampliações? - Já fui logo perguntando.
Ela relaxou, esse terreno ela conhecia. E nos perdemos nas construções dos artigos.
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Helena
RandomHelena é uma mulher maravilhosa que ama o que faz. Tem em sua avó sua maior companheira. Seu tamanho 46, seus cabelos cacheados e seu conhecimento de mundo a fizeram uma mulher perspicaz. O problema agora é lidar com seu novo chefe...