Capitulo 62

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— Eu estou ouvindo... — Respondi, olhando pro Delegado meio desligada.

— Peço a Senhora que nos informe qualquer coisa, por menor que seja, que souber ou se lembrar... — Ele me pediu, pensativo — Essa mulher é perigosa, esta sendo procurada a pelo menos seis anos. — Ele completou e se calou.

— Eu... Eu... — Eu ainda estava atordoada. — Porquê ainda não a pegaram ? O que ela faz é terrível e deveria ser prioridade da polícia pega-la. — Perguntei e afirmei.

— Exatamente, já são anos de investigação... Ela e quem quer que atue com ela, sabem muito bem o que fazer para despistar a policia... — E então ele franziu o cenho e prosseguiu. — Agora está mais do que  clara a razão pela qual ela conseguiu viver tantos anos livre, sem ser presa, e porque se passa por babá, um disfarce e tanto. — Falou, pensativo.

— Ela está muito diferente disso atualmente. — Falei, apontando para a foto da Layla que ainda estava aberta na mesa diante de nós. — Ela está usando o cabelo vermelho, e está um pouco mais magra.. Apesar de não haver dúvidas de que são a mesma pessoa. — completei, o ódio tomando conta de mim ao olhar mais uma vez pra mulher que raptou os meus filhos.

— Isso Ajudou muito a dificultar o trabalho da polícia... A pelo menos 4 anos, quando finalmente descobrimos a identidade da mulher que havia roubado e vendido a filha recém nascida de um casal, e que por sinal foi a única criança que conseguimos recuperar.. — Ele engoliu a saliva e prosseguiu. — Passamos a procurar por uma mulher loira, jovem e mais ou menos da sua altura... — Ele raspou a garganta e continuou explicando. — Claro que já imaginavamos que ela poderia mudar o cabelo ou qualquer outra parte do corpo depois de cada crime, mas isso não deixou de dificultar bastante as coisas para nós. — Completou, apertando os lábios em um gesto de pesar.

— Mas como chegaram até.... A Antônia ? — Esse nome ainda me soava estranho.. Ainda a via como Layla — Se a mulher que descrevi e mostrei a vocês era completamente diferente... — Perguntei, curiosa.

— Porque ela também se passou por babá na casa desse casal, antes de partir com a criança.. ela deixou alguns furos.. O que nos ajudou a identifica-la.. Mas parece que agora ela andou se profissionalizando. — Ele falou essa ultima frase com ironia, enquanto revirava os olhos — . E foi apenas essa coincidência que levou os investigadores a suspeitarem de que pudesse se tratar da mesma pessoa, bastou ligar algumas coisas, olhar atentamente para a foto no documento dela, e notar a semelhança com outra — Ele fez aspas com os dedos enquanto dizia "outra". — Criminosa, e comparar as fotos. — Completou se calando por um momento, e eu pensei que ele não diria mais nada. — Mas continuo com a intuição de que o que aconteceu com vocês não tem nada a ver com os crimes cometidos por ela.. Pela demora em aparecer, pelo telefonema que você recebeu... Eu palpito que deva se tratar de algo pessoal. Se não dela.. De alguém que a contratou. — Ele falou, me surpreendendo com um pensamento que eu mesma estava tendo.

E então eu me lembrei que eu deveria mencionar a ele o que o Lian havia me dito no hospital... Por mais que não tivesse nada a vê, agora tudo... Qualquer minimo detalhe, poderia significar muita coisa.

— Bom... — Comecei, pensando em como dizer — Eu tenho problemas com uma mulher.. — Falei.

Nesse momento passou rapidamente pela minha cabeça, o quanto era estranho falar da Camille como "uma mulher".. O fato de termos sido melhores amigas parecia tão distante agora..

— Me explique desde o inicio.. Começando pelo nome completo dela, se você souber.. — Ele me pediu interessado, enquanto pegava uma caderneta e uma caneta para anotar, e então eu comecei a falar.. Confesso que minhas bochechas queimaram quando tive de admitir na frente do Delegado, o fato de ter ficado, me apaixonado e tido dois filhos, com o Marido da minha melhor amiga.

O Marido da minha Melhor AmigaOnde histórias criam vida. Descubra agora