Capítulo 26 - Velho louco

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Caminhando até o local designado, Atlas se viu completamente perdido no momento em que todos começaram a se misturar. Olhando ao redor, ele viu Palito se afastando dele caminhando para a outra ponta.

― Ei, Palito. O que está acontecendo? ― Atlas estava completamente perdido.

― Essa é a tradição hipócrita do país do Sol, onde todos devem se misturar durante o discurso do rei. Independentemente de status social ou nível de poder, sem lugares privilegiados, todos devem ouvir o discurso do soberano de forma igualitária. ― Com uma pausa, Palito continuou explicando. ― Teria sido uma ideia muito bonita se não tivesse sido criada para controlar as massas, transmitindo uma falsa esperança de igualdade. Como essa tradição existe desde a fundação do país do sol, ninguém se atreve a desrespeita-la, mesmo sabendo que não passa de uma mentira descarada.

Com um aceno de cabeça, Atlas se virou e começou a caminhar para o outro lado. A verdade é que ele está muito curioso para ver o rei do país do sol, um rei que permite que o seu povo passe fome e morra agonizando, que permite que o seu povo seja escravizado, que mulheres sejam abusadas, enquanto a impunidade reina por todo o país do sol. Não importa quem seja o rei deste país, Atlas não gosta nem um pouco dele.

Conforme todos estavam de pé organizadamente, um grupo de pessoas vestidos de armadura vieram caminhando em fileiras, suas armaduras eram prateadas e no centro da armadura o símbolo de um Sol dourado atraía a atenção de todos.

No meio do grupo de soldados, estavam um homem de aproximadamente 35 anos, cabelos negros, até a altura do ombro. Aproximadamente 1,80 de altura, forte e com vestes extremamente luxuosas, em sua cabeça uma coroa de ouro que brilhava conforme a luz solar refletia nela.

Parando no centro do palco, o homem olhou calmamente toda a multidão. ― Bem-vindos meus súditos. Hoje, pretendo contar a história da fundação do país do Sol. ― Olhando para todos, ele continuou. ― Muitos e muitos anos atrás, cultivadores eram tão raros que poderiam ser contados nos dedos, todos eles eram tratados como Deuses pelos mortais e poderiam governar incontestáveis com o seu poder absoluto. Naquela época, um homem estava caído em uma das estradas do país do Sol, completamente ensanguentado, exausto e sozinho. A estrada em que o homem estava era uma das mais movimentadas, mas na época ainda não tinha um nome. O não era como hoje, era todo fragmentado e isolado. Após horas naquela situação agonizante, um nobre passou com a sua luxuosa carruagem, sem sequer olhar para o homem ferido, ele seguiu com a sua jornada. Momentos depois, um grupo de religiosos estavam passando, assim como o nobre, continuaram seguindo em frente.

O homem que não parava de perder sangue, estava em seus últimos momentos de vida. E neste momento, exatamente no final da esperança daquele homem, um jovem apareceu, vendo o homem em tal estado, o jovem se precipitou para carrega-lo em busca de ajuda, chegando ao único médico do vilarejo o jovem gastou todas as suas economias para que o médico pudesse fornecer o tratamento adequado.

Quando o homem acordou ele perguntou ao jovem, o motivo de ter o ajudado. O jovem com o seu olhar sincero, disse que nasceu entre estes vilarejos e que era um 'viajante', ele amava esses vilarejos e suas peculiaridades, e vendo alguém ferido nas terras que tanto ama, ele precisava ajudar, era algo instintivo.

O homem encantado com a resposta, disse que assim que estivesse curado, realizaria um desejo do jovem.

O jovem que não o tinha ajudado buscando por quaisquer recompensas, assim que o ouviu, recusou imediatamente. E desta forma, 1 ano inteiro se passou, o tratamento foi longo e cansativo. Durante este tempo, o jovem permaneceu com o homem e ambos se tornaram bons amigos.

Em um belo dia, o céu rachou como se fosse o fim do mundo, uma pressão assustadora se abateu sobre todos os vilarejos que hoje constituem o país do Sol. No ar, uma gigante besta demoníaca rugia ameaçadoramente, neste momento, apenas o desespero se abateu sobre todos os pobres mortais que viviam nesta terra desolada.

Corvo NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora