Capítulo: 3 - Sentimento Inesperado

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Por Sam ... 

Quando se é adulto tenta-se planejar tudo, inclusive o que sentiremos pelo outro. Acredita-se que podemos dar somente o que achamos necessário para que não nos partam o coração. Que ingênuos que somos ...

O amor não é assim. Ele apenas chega. Sem aviso, sem esperar que você esteja pronto para dar este passo. E quando você percebe já está no olho do furacão. Se jogando de olhos fechados numa queda livre sem para quedas. E sabe o que é pior? A gente gosta da sensação. Se abre para ela como se fosse a coisa mais sensata a ser feita.

E então, um belo dia tudo está diferente. Coisas que você não notava parecem tão fáceis de serem percebidas. O cheiro dos cabelos, a forma circular de suas nádegas, a sutil elegância de seu pescoço. 

Se tornou amor quando suas mãos se estenderam sobre as minhas timidamente, quando seu sorriso se tornou o motivo do meu e quando meu rosto se entristecia com suas lágrimas. Foi amor quando seu corpo se ajeitou ao meu de maneira despretensiosa e eu já não conseguia ver outro lugar como morada. Se tornou amor quando eu passei a querer dividir minhas coisas e minha vida contigo. Se tornou amor sem eu perceber e quando dei por mim, você já estava em mim como a poesia ... " Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde. Amo-te diretamente, sem problemas nem orgulho: Amo-te assim porque não sei amar de outra maneira. A não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és. Tão perto que a tua mão no meu peito é minha, tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono. "

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Durante as gravações Caitriona e Sam dividiriam o trailer. E uma divisão de madeira seria colocada para que ambos pudessem ter maior privacidade.

Não havia nada além do silêncio. Ambos queriam falar mas estavam relutantes em dar o primeiro passo. Cait em seu sofá-cama e Sam do outro lado da madeira que dividia o trailer em dois minúsculos cubículos. Os grilos afoitos cantarolavam sem parar do lado de fora, a lua brilhava solitária e eles tentando ser algo que pareceu tão fácil da primeira vez.

Cait: Eu tenho problemas de confiança. (Sam estava se ajeitando para se deitar quando Caitriona começou a falar) Fui traída duas vezes e isso a abalou. Em mim e nas pessoas. (o homem se ajeitou no sofá, que fazia de cama, e arqueou uma de suas sobrancelhas) Tenho auto estima baixa. E isso faz com que eu duvide da minha capacidade. (ajeitou o próprio cabelo e suspirou) Meu autor favorito é o Pablo Neruda. Leio seus livros quando algo me aflige. Me acalma! (ele queria dizer algo mas palavras não eram necessárias. Apenas o som de sua respiração demonstrava a Cait que ele ainda a escutava) Eu queria muito esse trabalho porém ao consegui-lo fiquei apavorada. Pessoas tendem a desumanizar famosos. Esquecem que as palavras ferem. (Sam queria ser o herói que a salvava do perigo como em todos os clichês românticos mas permaneceu ali, parado. Sem dizer uma palavra. Apenas escutava a voz rouca de Caitriona) Eu não sei o que acontece comigo quando estou do seu lado. As palavras simplesmente saem da minha boca como se você fosse a pessoa feita para me ouvir. E depois, vem o pavor de você quebrar meu coração. Eu não sei se ele se recuperaria desta vez. (ele ouviu o choro dela. Lhe apertou o peito mas se ele se aproximasse ela, provavelmente, o afastaria)

É fácil dizer coisas no aconchego de nosso esconderijo. Nos mantendo na devida distância. Aquela distância segura. Onde a mais verdadeira das sentenças parece não passar de uma amenidade. Onde nossos demônios parecem tão menores. E nossa força e coragem tão imensas que seriam capazes de derrubar qualquer barreira à nossa frente. Contudo, a verdade não era essa. E ela lhe olharia nos olhos sabendo tudo que foi dito e rezaria para que ele estivesse dormindo quando elas foram proferidas. Ela negaria uma e outra vez somente por medo das consequências. E se ele a recusasse? E se aquela noite tivesse sido, pra ele, somente isso, uma noite.

Cait: ( colocou o travesseiro na frente do rosto e tentou, sem sucesso algum, dormir. Se revirou no sofá, pra cá, pra lá. E de repente o que ela mais temia aconteceu. Ele estava diante de seus olhos, a olhando como se tentasse ler-la como a um livro.

Sam: Você não dorme, é? (ela o olhou)

Cait: Durmo. Só que hoje ... (olhou para o teto, como se algo mágico fosse fazer Sam desaparecer dali)

Sam: Aquilo que você disse ... (ela abaixou a cabeça) Você falou sério?

Cait: O quê? (voltou a olhar para o homem a sua frente)

Sam: Tudo. A confiança, a auto estima, eu. (ele queria que ela dissesse que sim mas ela parecia recuar a cada confronto)

Cait: Eu pensei que você estivesse dormindo. (falou rápido e quase embolou todas as palavras)

Sam: Então somente assim teria coragem de me dizer que gosta de mim? (Cait estava apavorada. Como recuaria agora?)

Cait: Eu não disse isso. (desviou o olhar para a primeira coisa que viu)

Sam: Eu também.

Cait: Você também o quê?

Sam: Eu também gosto de você. (ele se deitou do outro lado do sofá)

Cait: O que você está fazendo?

Sam: (estendeu a mão pra ela) Vamos sentir medo juntos?

Cait: (hesitou em lhe dar a mão. Mas sorriu e suas mãos se encontraram como devia ser)

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Oi, gente. Tudo bem? Espero que gostem, comentem, curtam. Beijos e até o capítulo 4.

O trailer do meu suposto amorWhere stories live. Discover now